Em 1998, um desconhecido artista de Hong Kong, Michael Lau, levou para uma amostra de brinquedos alguns GI Joe (o nosso conhecido Falcon) remodelados e customizados, com roupagem hip-hop, logos, correntes e jeans. Fizeram o maior sucesso, pois eram diferentes de tudo que se havia visto. Essa criatividade estimulou a imaginação de muitos artistas e pessoas normais. Lau fez 101 figuras customizadas assim. Hoje ela valem como verdadeiras jóias. Michael Lau ganhou status de mito, e é citado sempre que se fala nas origens do movimento, ao lado de James Jarvis, Eric So, Bounty Hunter, Brothersfree, Jason Siu, Tim Tsui, Jakuan, Furi Furi e outros. O Big Bang de 1998 reverberou no mundo todo. Mas nem toda figura em 3D é necessariamente um toy art. Para os não-iniciados, é um absurdo pagar R$1.000,00 por um coelho rosa, sendo que ele pode comprar um patinho de borracha por R$5,00. Ambos podem ser bem feitos e legais. Mas qual a diferença? A principal diferença que designa o movimento: a visão do artista. O patinho será feito por um artista desconhecido (na maioria das vezes, trabalhando de acordo com o mercado e limitações técnicas), para uma multinacional enorme e será produzido aos milhões, enquanto o coelho rosa será feito pelo KAWS, com série de 500 unidades, e com uma visão única de um coelho. A baixa produção e a discontinuidade das séries asseguram a raridade e o colecionismo. Mas o que você pode classificar como uma legítima peça da toy art é a novidade. Um toy art tem de ser diferente de tudo que você viu até hoje, características e design únicos, e ser altamente desejável.O que difere um designer toy de um artista normal são suas origens. Muitos são ilustradores, grafiteiros, designers gráficos, artesãos, etc. Não são pintores ou escultores acadêmicos. Essa é a natureza da toy art: transformar algo comum (como um brinquedo) em algo que possa passar uma mensagem, que pode ser política, underground, subversiva, erótica, trágica, meiga. São formas que remetem a um quê infantil presente no inconsciente coletivo, com pitadas de ironia e bom humor. As peças, normalmente numeradas, podem ser de vinil (e produzidas em escala industrial) ou resultar de técnicas artesanais, feitas por jovens designers do País. É a criatividade da produção nacional transformada em brinquedos para gente grande, que ganha merecido facho de luz. Para quem é fã de bonequinhas vintage macabras, vai amar a Blythe. Ela foi lançada originalmente em 1972 pela marca japonesa Kener e, depois de um ano foi retirada do mercado, pois as vendas não foram satisfatórias - ela tinha uma cabeça muito grande e uma carinha meio assustadora. Os país achavam que ela não era apropriada para suas filhas. Com a moda do estilo vintage do toy art e depois de estrelar uma companha do shopping Parco em Tókio, ela voltou. O legal da Blythe é que você pode mudar o cabelo dela (tipo aquelas barbies do Paraguai que tinha peruca rs), os olhos e colocar acessórios muito fofos como óculos de sol, blusinhas superfashion, fantasias e maquiagem. Aqui no Brasil quem vende é a Plastik, mas você pode achar no ebay ou mecado livre.P.S: no Flickr achei uma menina que coleciona Blythe e outras bonecas e tira fotos delas como modelos fotográficas, bem legal. É a Wedgeh.
17 de junho de 2008
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