Você precisa de uma bolsa nova e está sem muito dinheiro? 25 de Março! Você está procurando tecidos para qualquer fim, seja ele confecção própria ou trabalhos de faculdade? 25 de Março! Está querendo artigos que andam em altas nas novelas? 25 de Março? Quer aquela caneta que dá choque? Ou talvez artigos para festas, carnaval, bijuterias, papelaria, eletroeletronicos, ouro, prata? 25 de Março! O fato é que a 25 de Março se tornou um ponto de referência, com cara própria e suas próprias leis. É possível encontrar de tudo, seja nos camelôs, nas galerias ou nas lojas de rua. Armarinhos Fernandes é bom para quem procurar artigos de papelaria (por sinal comprei muito material barato lá), costura em geral, brinquedos, artigos de perfumaria popular, e artigos para festas de crianças. Tem um enorme número de filiais ao longo da rua. Já saindo do metrô São Bento, um pouco depois em uma galeria, é possível encontrar GJ Tecidos. Tem um mundo de tecidos, rendas, não-tecidos, barbatanas (Vivienne Westwood compra as suas lá, como a própria mesmo já falou) e dentro dessas opções infindades de cores e texturas. Seu preço não é dos melhores, mas também não é dos piores. A rua 25 de Março possui uma infinidade de produtos a oferecer, como por exemplo a Katmandu. Essa loja encontra-se localizada no final da 25 de Março, sentido Parque Dom Pedro. Além de encontrar produtos indianos para decoração, há uma linha de confecção 100% indiana (os produtos são todos importados diretamente da Índia), sapatos, móveis, incensos. Seu preço não é lá muito barato mas o produto é de qualidade garantida. Na esquina da Ladeira Porto Geral com a 25 de Março está localizada uma das principais lojas de tecidos populares da região. Niazi Chohfi. É raro você entrar na loja e ser atendido em menos de 10 minutos, não por imcompetência, mas sim por hiper-lotação. Você encontra desde o mais vagabundo dos algodões crus, até lingerie e artigos para confecção de cortinas. É uma loja de preços populares, que é possível encontra de tudo um pouco, e muito conhecida por todos, desde as donas de casa até Marie Rucki - diretora do Stúdio Berçot - pois quando esteve no Brasil, ministrando curso em São Paulo, levou seus alunos para lá. A Galeria Pagé pode ser encontrada na Barão de Duprat ou na Affonso Kherlakian. É um mundo de eletroeletronicos, roupas, acessórios, artigos de informática, etc. Preços são super acessíveis a todos os níveis da população. Lá vendem desde uma cópia de uma calça "Dolce Alabama" até uma cópia muito bem feita da mesma. Mp4, máquinas digitais, roupas, tênis, bolsas, óculos são os artigos mais procurados pelos consumidores. Esse é um panorama principal da rua. Além das lojas e galerias, há também os camelôs. Este é um capítulo a parte. Para conhecê-los, somente indo lá você mesmo. Mas leve apenas o necessário, de prefêrencia em bolsa pequena, transpassada, pois há furtos frequentes na rua. Tirando esse contratempo e o fato da rua estar sempre lotada, e todas as suas vertentes, eu recomendo a visita. Boa sorte e boas compras!
28 de maio de 2008
Cyndi Lauper
Cyntia Ann Stephanie Lauper nasceu no dia 22 de junho de 1953, em Nova York. Cyndi começou a tocar violão aos 12 anos, quando também escreveu a primeira música, chamada “Greensleeves”. As experiências profissionais na área musical chegaram em 1977, com a participação em bandas cover, cantando Led Zeppelin, Bad Company e Jefferson Airplane, entre muitos outros. Naquele ano, Cyndi teve problemas com suas cordas vocais pelo excesso de uso da voz, o que a deixou afastada dos palcos por um tempo.Após uma terapia para a voz, a cantora criou uma banda, a Blue Angel, ao lado de John Turi, um multi-instrumentista. Em 1980, lançou o primeiro disco, homônimo, que serviu para colocá-la de vez no mercado fonográfico. Três anos se passaram e Cyndi pôde comemorar o contrato para sua carreira solo com a Portrait Records. O álbum de estréia, “She’s So Unusual”, vendeu cerca de 4,5 milhões de cópias nos Estados Unidos.Quatro canções entraram para o Top 5: “Girls Just Want To Have Fun”, “Time After Time”, “All Through The Night” e “She Bop”. Ainda em 1983, Cyndi recebeu diversos prêmios, entre eles o de melhor revelação do Grammy, um resultado incrível para o primeiro disco. O ano seguinte foi bem puxado, ela trabalhou sem parar e esteve em 150 cidades, chegando à marca de 300 shows. Uma curiosidade sobre o material é que as camisetas vendidas com o nome de Cyndi foram desenhadas por ela mesma.Em 1985, Cyndi Lauper voltou às paradas musicais com “The Goonies ‘R’ Good Enough”, canção tema do filme “The Goonies”. Ela ainda esteve no USA for África, em que vários artistas gravaram um disco com a música “We Are The World” para ajudar no problema da fome no continente. No ano seguinte, saiu o segundo disco solo, “True Colors”, pela gravadora Sony, com co-produção da cantora. A música título recebeu, ainda, uma indicação ao Grammy. Entre as participações do disco, estavam: Billy Joel, Nile Rodgers, Rick Derringer e Aimme Mann. Após um bom tempo divulgando o novo trabalho, Cyndi participou de um projeto político na União Soviética com outros grupos para gravar “Music Speaks Lauder Than Words”, com a canção “Cold Sky”.A popularidade de Cyndi era incrível e logo veio a estréia no cinema, no filme “Vibes”, com Jeff Goldblum, que foi malhado pela crítica em 1988. Mas no ano seguinte, ela estava de volta com o novo álbum, “A Night To Remember”. O sucesso dela não havia mudado: canções nas paradas musicais, turnês esgotadas e prêmios para músicas e clipes. Alguns meses depois, ela voltou ao set de filmagens em “Fora de Controle”. Mas desta vez foi especial, pois foi lá que conheceu David Thornton, com quem se casou em 1991.No mesmo ano do casamento, Cyndi lançou “Hat Full Of Stars”, que tornou-se o disco mais elogiado de sua carreira. A revista Rolling Stones e os jornais The New York Times e The Los Angeles Times não pouparam elogios.Em 1994, mais um novo projeto para Cyndi: a estréia em Sitcom. Ela foi a convidada da série “Mad About You”, uma das comédias de maior sucesso nos Estados Unidos e chegou a ser indicada a um prêmio pela participação no Emmy. Apenas um ano depois, ela repetiu a dose participando novamente da série e, desta vez, levou o prêmio Emmy.Em 1996, Cyndi lançou o disco “Sisters of Avalon”, no Japão, que só chegou ao resto do mundo no ano seguinte. Ela co-escreveu todas as 13 canções, 11 delas com o seu tecladista, Jan Pulsford. Em abril de 1997, um pouco antes de entrar em turnê nos Estados Unidos como convidada de Tina Turner, Cyndi anunciou que estava grávida. Em novembro, nasceu o filho, Declyn Wallace.Em 1998, Cyndi foi convidada a estrelar sua própria série, mas ela nunca foi lançada. No final do ano, lançou um álbum de músicas natalinas e terminou seu contrato com a Sony. O ano seguinte também foi fraco, ela esteve em dois episódios de “Mad About You” e participou da turnê de Cher. A procura por uma nova gravadora continuava e nos dois anos seguintes, ela apenas lançou um filme independente chamado “Os Oportunistas”. O novo álbum só foi gravado em 2001, “Shine”, pelo selo Edel, mas nunca chegou às lojas, por desistência do próprio selo e os fãs tiveram acesso ao trabalho apenas pela Internet.Em 2003 saiu “At Last”, pela Epic (Sony), que conta com várias regravações dos sucessos de Cyndi, entre outras versões. Foi o empurrão necessário para colocá-la novamente em evidência, ela esteve em vários programas de TV e iniciou uma turnê mundial em 2004. Uma surpresa para os fãs japoneses é que, em abril do mesmo ano, “Shine” foi lançado depois de três anos de espera. Ainda em 2004 chegou às lojas o DVD “Live...At Last”, trazendo uma apresentação ao vivo de Cindy Lauper no Town Hall, em Nova York, no dia 11 de março de 2004. Em 2005 a cantora anunciou o lançamento do disco ”The Body Acoustic”, reunindo grandes sucessos de sua carreira em versão desplugada, além de duas faixas inéditas. O disco contou ainda com as participações de nomes como Sarah McLachlan, Jeff Beck, Shaggy e Kelly Osbourne.
Cyndi Lauper e a moda
A década é de 80. O nome é Cyndi Lauper. Quem não se lembra das calças baggy ou semi-baggy? Ou do batom 24hrs? Ombreiras, cores ácidas, o culto ao corpo, leggings, polainas, Walkman da Sony amarelo, Rock in Rio, Lolo (que se tornou Milkybar), Top Gun, Genius, tule no cabelo, faixas na testa, Miami Vice, Michael Jackson, The Cure, Billy Idol, Madonna, Menudos, e Cyndi Lauper? Discrição nunca foi um ponto muito forte dela, mesmo porque a década lhe proporcionava esse poder. Seu cabelo era muito colorido, seus hits estavam em todas as paradas.Os anos 80 serão eternamente lembrados como uma década onde o exagero e a ostentação foram marcas registradas. Os seriados de televisão, como Dallas, mostravam mulheres glamourosas, cobertas com jóias e por todo o luxo que o dinheiro podia pagar. Os yuppies, executivos jovens sedentos por poder e status, também eram outro movimento.A moda apressou-se por responder a esses desejos, criando um estilo nada simplório. Num afã em ostentar, todas as roupas de marcas conhecidas tinham seus logos estampados no maior tamanho possível, com preços proporcionais. O jeans alcança seu ápice, ganhando status. E os shoppings tornaran-se paraíso dos consumistas.Mas, não bastava ser bem-sucedido e bem-vestido. Nessa década, ter um corpo bonito e saudável era essencial para o sucesso. Assim, numa continuidade pelo amor aos esportes inaugurado na década anterior, explodiram academias por todos os cantos, onde os freqüentadores iam com suas polainas e collants para as aulas de aeróbica, movidas por músicas dançantes e ritmadas, com temática comum: ginástica, poder, sucesso.Influenciando as roupas, o espírito esportivo levou o moletom e a calça fuseaux para fora das academias e consagrou o tênis como calçado para toda hora. Este último também fez ressurgir a moda de calçados baixos, como os mocassins, tanto multicoloridos como clássico.O look "molhado", conseguido com gel e mousse para cabelos, fez a cabeça de homens e mulheres, ao lado das permanentes fartas e topetes tão altos quanto se conseguisse deixá-los.A cartela de cores era vibrante, prezando por tons fortes e fluorescentes, com jogos de tons e contrastes.A modelagem era ampla. As mulheres, que nesse momento ingressaram maciçamente no mercado de trabalho à procura por cargos de chefia, adotaram o visual masculino. Cintura alta e ombros marcados por ombreiras era a silhoueta de toda a década, ao lado de pregas e drapeados para a noite ou dia. A moda masculina seguiu o mesmo estilo, com ternos folgados e calças largas. Para os acessórios, tamanho era sinônimo de atualidade.A música se consagrou como formadora de opinião e estilo, levando ao estrelato cantoras como Madonna, que influenciou a sociedade com seu estilo livre e despudorado. O Punk, New Age e Break também merecem destaque.Em um universo tecnológico (o Atari surgiu nessa época), a moda também inspirou-se no Japão, emergente com suas novidades, e em tudo o que fosse eletrônico... neons, computadores, automáticos....Mas Cyndi Lauper manteve sempre seu senso de pudor, e influenciou garotas em todo o mundo com seu jeito irreverente, seu cabelo que mudava periodicamente (as vezes com apenas um lado da cabeça raspada), suas roupas esvoaçantes e exageradas com cores variadas. Mas não foi foi só nessa época que ela encanta. Até hoje é possível encontrar "Minis-Cyndi" (e é claro eu me encontro entre elas!). Seu show no Brasil está marcado para o fim desse ano. E é óbvio que eu vou. Será o show da minha vida, definitivamente. Daí já posso então até morrer feliz...Afinal, Girls Just Wanna Have Fun!
As Pin Ups de Vargas
No final do século 19, o teatro de revista vivia o seu auge e transformou dançarinas em estrelas, fotografadas para revistas, anúncios, cartões e maços de cigarros, mas foi somente na década de 40 que começaram a dominar não apenas a imaginação dos homens, mas também as portas dos armários e as paredes dos quartos de milhares de admiradores dessa nova onda de "sexualidade permitida". Foi justamente esta a origem do nome pin-up: o ato de pendurar as ilustrações em algum lugar. Na Segunda Guerra Mundial eram carinhosamente chamadas de "a arma secreta", usadas para acalmar os anseios dos pracinhas nas frentes de batalha. Numa época em que mostrar as pernas era atitude subversiva, fotografias de mulheres nuas poderiam significar atentado ao pudor. O jeito de satisfazer a solidão dos soldados e a curiosidade dos adolescentes era fabricar modelos de lápis e tinta, que reproduziam o padrão de beleza considerado ideal: seios fartos, pernas grossas, cinturinha de pilão. Acabaram se tornando uma espécie de troféu pela guerra vencida. Depois, com os avanços do cinema o termo pin-up acabaria se difundindo e transformando, passo a passo o que viria a ser em nossos dias, a grande indústria do sexo. Desenhadas ou fotografadas, as garotas invadiram o planeta com suas poses sensuais porém, sem vulgaridade. Com formas generosas, elas não enfrentavam as pressões da magreza nem a conseqüente anorexia. Elegantes, elas ocupavam seus espaços numa linha entre o ingênuo e o diabólico, trajando duas peças, meias-calça e corpetes com decotes enormes. O conceito clássico de uma pin-up é ser sexy e ao mesmo tempo inocente, estar vestida, mas em alguma posição ou situação que revele sensualmente partes do corpo, sem querer, por acaso. Só isso já era suficiente para alimentar a fantasia masculina. Uma verdadeira pin-up jamais pode ser vulgar ou oferecida, pode somente ser convidativa. Nos anos 70, com a banalização do nu em revistas e filmes pornográficos, as meninas de papel perderam força. Foram substituídas por mulheres de carne e osso. Mas desde o final da década de 90, as pin-ups voltaram a mexer com a libido masculina por resgatarem um importante elemento do fetiche: o mistério. Musas de várias gerações, as pin-ups ainda hoje são cultuadas por adoradores do estilo além, é claro, de serem muitas vezes imitadas afinal, são sempre uma ótima referência no mundo da moda, no cinema, nos traços, nos trejeitos e em tudo que diz respeito à sensualidade A musa loura ( Marylin Monroe) perdia em popularidade para a ruiva Rita Hayworth, a número dois na lista da preferência dos soldados da Segunda Guerra. Uma foto da eterna Gilda vestida com camisola transparente foi transformada em desenho e invadiu os acampamentos. Nem Marilyn nem Hayworth, porém, conseguiram desbancar a lendária Betty Grable, a mulher que colocou suas pernas no seguro no valor de US$ 1 milhão. Ela foi a pin-up mais famosa da história posando de maiô com um sorriso convidativo, transformou-se na amante imaginária predileta dos soldados. Betty também foi atriz e chegou a protagonizar, em 1944, um filme chamado Pin-up Girl, na qual interpretava uma dançarina. O sucesso dos cartões e calendários estimulou editores a lançar revistas especializadas, as chamadas girlie magazines. Publicações como Esquire, Yank, Wink, Beauty Parade, Whisper e Eyful exibiam pin-ups vestidas de coristas, marinheiras, enfermeiras e outros uniformes-fetiches, sejam desenhadas ou fotografadas. Embora as mais célebres sejam as garotas de papel, alguns fotógrafos dispensavam os retoques da pintura e publicavam suas pin-ups em carne e osso.
Vargas. Esse nome atualmente (ok, sobrenome) é sinônimo de desenhos fantásticos - as famosas pin-ups que tanto incentivaram diversos ilustradores e publicitários do século XX.Alberto Vargas, o peruano mestre da aerografia, foi um dos maiores ilustradores de figuras femininas da história da arte e hoje é referência obrigatória para quem pretende seguir seus passos. Além de ilustrar diversas revistas (Playboy, Esquire, entre outras) as "garotas de Vargas" como ficaram conhecidas, decoraram vários aviões de combate durante a Segunda Guerra Mundial. Era muito comum as tripulações adotarem e batizarem uma pin-up para ilustrar seu caça ou bombardeiro.Hoje resolvi prestar essa singela homenagem à Vargas, este artista que tanto influenciou legiões de ilustradores publicitários nos anos 40, 50 e 60.
Baby Art - Trevor Brown
Eu gosto de Baby Art, e especialmente do Trevor Brown. Esses desenhos pertencem a ele...Não concordo com a pedofilia, mas a maneira com que ele a aborda é tão chocante que chega a doer, ao imaginar que alguém possa cometer tal crueldade. Mas acho que o que mais me chama a atenção nos desenhos dele é a riqueza de detalhes. Trevor Brown, gênio e problemático que nasceu na Inglaterra, frequentou a escola e a escola de artes - trabalhou em estúdios de design - trabalhou em diversas agências. Em sua arte, maioria digital, retrata um mundo de possobilidades, abordando temas dos mais variados como a Sadomasia, observados em "bonecas bebês japonesas" que dão um aspecto e nuances semelhantes a de uma criança, abordando o polêmico assunto da pedofilia, dentre outros mais inquietantes e revoltantes.
A irreverência de Paulo Bruscky
Fui ao MAC no dia 14 de Março, achando que seria mais uma daquelas exposições chatas obrigatórias. O que me ocorreu foi totalmente o contrário. Paulo Bruscky é um artista fantástico e eu simplesmente pirei na sua obra. Quando me dei conta a exposição tinha fechado e os seguranças estavam nos colocando para fora... Idéias que antecedem a obra de arte, jogos de linguagem e ironia. É isso que o público pode ver na exposição Ars Brevis. Trata-se da primeira mostra individual do artista pernambucano Paulo Bruscky, um dos pioneiros da arte conceitual no país. O nome da exposição deriva da efemeridade e da duração das obras, indo de encontro com um tema recorrente na produção do artista: o cotidiano. Os objetos do dia-a-dia são subvertidos de seu uso comum. O ferro de passar vira instrumento para criação da ferrogravura e o aparelho de fax se torna uma fotocomposição, onde é possível ler: “assim se fax arte”. As obras de Bruscky jogam com a interação entre o verbal e o visual, constituindo jogos de linguagem. Os livros compõem boa parte do acervo; mas não se tratam de livros comuns. Há o “Livro de Ar tista”, que é um tijolo de vidro, e o “Livro de pinturas”, onde as páginas estão no lugar dos pelos de um pincel. Um dos jogos de linguagem está na obra com o seguinte título: “Exposição de uma pessoa vestida sendo vista por uma pessoa nua sendo vista por várias pessoas vestidas numa exposição de nus”, de 1976. A produção do significado da obra de arte só se completa na mente do observador, que desempenha papel importante nessa construção de sentido, pois depende da observação do trabalho e da leitura de seu título. Essa dualidade entre o verbal e o visual também revela um lado irônico e bem humorado, como na obra “Quadro a óleo”, onde não se vê uma pintura feita com tinta de mesmo nome, mas latas de óleo de cozinha coladas na tela. A interação dos trabalhos de Bruscky não ocorre somente entre a obra e quem irá vê-la, mas também entre o artista e seu modo de produzir. Essa relação artista-máquina está no xerofilme, técnica criada pelo pernambucano, e que se trata da filmagem das fotocópias resultantes de sua interação com o aparelho. A relação artista-obra existe também para que se deixe claro que há um “eu” criador por trás de cada trabalho. Bruscky não quer se apagar no processo de construção do significado, já que na arte conceitual a idéia, o planejamento e as decisões possuem papel preponderante. Nas palavras de Sol LeWitt, artista conceitual americano, “a idéia torna-se uma máquina que faz arte”, e para que a idéia exista é necessário uma mente criadora. Exemplos disso é a obra “Registros”, de 1979, que mostra a atividade cerebral de Bruscky ao ouvir sons graves e agudos, e “Autum Raduum Retratum”, onde a caixa-craniana do artista é conseguida a partir de um aparelho de raio-x.
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