17 de junho de 2008

Assustadoramente estilosas


Em 1998, um desconhecido artista de Hong Kong, Michael Lau, levou para uma amostra de brinquedos alguns GI Joe (o nosso conhecido Falcon) remodelados e customizados, com roupagem hip-hop, logos, correntes e jeans. Fizeram o maior sucesso, pois eram diferentes de tudo que se havia visto. Essa criatividade estimulou a imaginação de muitos artistas e pessoas normais. Lau fez 101 figuras customizadas assim. Hoje ela valem como verdadeiras jóias. Michael Lau ganhou status de mito, e é citado sempre que se fala nas origens do movimento, ao lado de James Jarvis, Eric So, Bounty Hunter, Brothersfree, Jason Siu, Tim Tsui, Jakuan, Furi Furi e outros. O Big Bang de 1998 reverberou no mundo todo. Mas nem toda figura em 3D é necessariamente um toy art. Para os não-iniciados, é um absurdo pagar R$1.000,00 por um coelho rosa, sendo que ele pode comprar um patinho de borracha por R$5,00. Ambos podem ser bem feitos e legais. Mas qual a diferença? A principal diferença que designa o movimento: a visão do artista. O patinho será feito por um artista desconhecido (na maioria das vezes, trabalhando de acordo com o mercado e limitações técnicas), para uma multinacional enorme e será produzido aos milhões, enquanto o coelho rosa será feito pelo KAWS, com série de 500 unidades, e com uma visão única de um coelho. A baixa produção e a discontinuidade das séries asseguram a raridade e o colecionismo. Mas o que você pode classificar como uma legítima peça da toy art é a novidade. Um toy art tem de ser diferente de tudo que você viu até hoje, características e design únicos, e ser altamente desejável.O que difere um designer toy de um artista normal são suas origens. Muitos são ilustradores, grafiteiros, designers gráficos, artesãos, etc. Não são pintores ou escultores acadêmicos. Essa é a natureza da toy art: transformar algo comum (como um brinquedo) em algo que possa passar uma mensagem, que pode ser política, underground, subversiva, erótica, trágica, meiga. São formas que remetem a um quê infantil presente no inconsciente coletivo, com pitadas de ironia e bom humor. As peças, normalmente numeradas, podem ser de vinil (e produzidas em escala industrial) ou resultar de técnicas artesanais, feitas por jovens designers do País. É a criatividade da produção nacional transformada em brinquedos para gente grande, que ganha merecido facho de luz. Para quem é fã de bonequinhas vintage macabras, vai amar a Blythe. Ela foi lançada originalmente em 1972 pela marca japonesa Kener e, depois de um ano foi retirada do mercado, pois as vendas não foram satisfatórias - ela tinha uma cabeça muito grande e uma carinha meio assustadora. Os país achavam que ela não era apropriada para suas filhas. Com a moda do estilo vintage do toy art e depois de estrelar uma companha do shopping Parco em Tókio, ela voltou. O legal da Blythe é que você pode mudar o cabelo dela (tipo aquelas barbies do Paraguai que tinha peruca rs), os olhos e colocar acessórios muito fofos como óculos de sol, blusinhas superfashion, fantasias e maquiagem. Aqui no Brasil quem vende é a Plastik, mas você pode achar no ebay ou mecado livre.P.S: no Flickr achei uma menina que coleciona Blythe e outras bonecas e tira fotos delas como modelos fotográficas, bem legal. É a Wedgeh.

Os melhores figurinos da Broadway


Os melhores figurinos da Broadway de 2008, foram anunciados em Nova York, nesse dia 15 de junho. Ligações Perigosas, com figurino de Katrina Lindsay, levou Melhor Figurino de Peça. Laura Linney, no foto, é a protagonista, ela faz a Marquesa de Merteuil. O prêmio de Melhor Figurino Musical foi para South Pacific, com figurino de Catherine Zuber. Quem vai viajar para Nova York e não deixa e ir à Broadway, aí estão duas sugestões glamurosas.

Casa de Criadores SS 2008

.TudiCofusi. Montação pesada na intervenção [/performance] do coletivo, com um desfile que cheirava a ‘80s. As [já badaladíssimas] unhas eram supercolor: mas, entenda, coloridas mesmo, pois CADA UNHA das modelos era de uma cor diferente. O make também fazia a linha rainbow. Além de muitos carões e bocões dos performistas, teve tecidos colantes e hot pants.



.Gustavo Silvestre. Ele criou estampas com um ar meio étnico – sabe arte maia, inca e asteca? Os desenhos me lembraram isso. A coleção é limpa, sem loucurinhas, mas muito charmosa, com o cáqui se contrapondo ao colorido das estampas. Uma coisa interessante também foi a calça amarrada no tornozelo. No make, até os homens tinham os olhos marcados, fazendo o faraó.





.ADD (Attention Deaf Disorder). Faissal Makhoul, estilista da marca, trouxe meninos com faixas na cabeça, bem na vibe Menudos (canta, dança, sem parar!!!). Nos pés, sempre o tênis slip (ou iate) - outro clássico dos ‘80s - nas mais diferentes cores e estampas. Bolsa, colares e lenços no pescoço completavam o guarda-roupa desse novo homem que não vê problema algum em pegar uma ou outra peça do closet da namorada - ou do namorado!

.Diva. Andréa Ribeiro reeditou as rosas enormes que tinha no seu Inverno 2008. Aliás, o fashion show da Diva foi todo mega: laços enormes na cabeça; folhonas nos tornozelos; chapelões; lenços nos cabelos – tudo construindo uma coleção meio flower power. Sem falar nos megaóculos (amo!), retrôs até dizer chega.




.Marcelu Ferraz. Os meninos vieram numa profusão de estampas com referências à natureza. Impossível não olhar pro sapato de bico fino com a meia passando do tornozelo, que contrastava demais com o macacão, as batas, bolsas, faixas e viseiras. O mood do homem Marcelu Ferraz me lembrou o da ADD: acho que ele também pega coisas no guarda-roupa da sua garota, apesar do fofo do MF ficar mais na academia.




.Walério Araújo. Duas coisas a se esperar dos desfiles do Walério: um ar de magia carnavalesca e um final apoteótico – sempre protagonizado por ele. E agora parece que vai se juntar à tradição do seu catwalk uma modelo-celeb ou celeb-modelo. Na Casa passada, de Inverno 2008, teve Viviane Orth, a top que é queridinha de John Galliano (=Dior). Dessa vez, o show ficou por conta de Claudia Leitte. O estilista adora um bom ornamento na cabeça das belas e trouxe muitos deles, pra acompanhar os longões que, num passo de transformers, viravam curtinhos.

Fashion Rio 2008


.Tessuti. O desfile começou com looks em tom quase pele, depois veio o cinza, e finalmente o preto. Detalhe: com plumas! Organza e tricô, com toque de pedras semi-preciosas, marcaram a apresentação bem distribuída e organizada. A calça permaneceu seca, e o drapeado se fez presente.
.Homem de Barro. O casal Marcio Duque e Aline Rabello comandam a marca extremamente ligada ao artesanal. O resultado é delicadamente belo e complexo.
.Caroline Rossato. Ela, que é mais uma das novas estilistas do Fashion Rio, tem como destaque os acessórios e peças em couro, muito mais leves e elegantes do que o que normalmente é apresentado com o material. No mínimo, interessante.
.Juliana Jabour. Na coleção “oitentista” de Juliana Jabour, o tema foi “Sinestesia”. A marca ousou sair de sua competência essencial, a malha, e caiu nos tecidos planos. O resultado foi uma alfaiataria que não abriu mão do evasê e balonê, marcas registradas da estilista. Os vestidinhos, como sempre deliciosos, drapês suaves em tons de cinza e amarelo e a geometria em cubos: essas foram as chaves de um desfile sem muita novidade, mas com um charme inconfundível.
.Maria Bonita Extra. Ana Luiza Magalhães trouxe à passarela uma modelagem solta, com o universo masculino versando com o feminino. A linha de estilo da marca não se alterou muito. Foram vistos coletes sobrepostos a vestidinhos, suspensórios e um vestido rosa com uma discreta gravata - tudo muito feminino e sensual.
.Eliza Conde. A marca levou à passarela um retrô-moderno envolto na década de 20 e também com um ar de contracultura hippie. A extinta boca de sino deu o ar da graça, bem como o patchwork e as sobreposições. Uma deliciosa viagem no tempo entre flores.
.Coca-Cola Clothing. A estreante que causou furor no terceiro dia foi a marca da AMC Têxtil, Coca-Cola Clothing. Não pelos modelitos, mas sim por ser uma marca de refrigerantes alçando vôo pelo mundo fashion. A coleção seguiu uma linha bemmmm normalzinha. A idéia era acompanhar os estudantes do colégio à formatura. A malharia apareceu em peso, e não teve nenhum look drama.
.Cavendish. Retomando o tema contracultura, que já foi falado por aqui com o desfile de Eliza Conde, a marca também se jogou por aquelas bandas. Na realidade, eles preferiram adotar o tema “antimoda”, seja lá o que realmente for isso. Apareceram franzidinhos na cintura, flores bordadas, amplitude nos modelos, camadas em vestidos. O curto também estava por lá.

Água para elefantes


Parece que foi ontem que comecei a ler esse livro. Um romance muito bom, que conta a história de Jacob, um estudante de veterinária que não chegou a se formar. Com a morte de seus pais, ele desiste da faculdade nas últimas provas ainda atordoado com o acontecimento. Se junta a um circo, Irmãos Benzini, e lá constrói parte de sua vida cuidando dos animais e montando e desmontando a tenda. Conhece Marlena, a adestradora de cavalos e artista do circo por quem se apaixona, mas que era casada com August, carismático porém malvado treinador de animais. Com o passar do tempo Jacob cria laços de amizade com o anão do circo com quem dividia o vagão - Walter - e com todos os que viviam no circo. Rosie entra em cena, uma elefanta que seria a salvação do circo. Porém ela é "arteira" e desobediente. Até que se descobre que ela entende apenas comandos em polonês, o que se torna bom pra Jacob, uma vez que ele próprio o é. Vários acontecimentos são desencadeados ao longo do livro, entre eles a união de Jacob, Rosie e Marlena, até que então acontece o famoso "estouro na tenda principal", que ficou na história. Os animais se rebelam, e August morre esmagado por Rosie. Na verdade o livro é uma mistura de muitas histórias circenses. A elefanta que entendia polonês, na verdade era alemão e seu nome era Old Mom. Já a elefanta que matou seu treinador era Topsy, uma vez que conta os registros que era muito maltratada espancada por ele. Até o dia que ela o matou, com a estaca de ferro que firmavam a elefanta. Dentre tantas outras ocorrências que acontecem na história, é válido lembrar a questão da gengibirra da Jamaica,que era muito consumida naquela época. E que causou paralisia em cerca de 100 mil americanos entre 1930 e 1931. Assim como a parte do dono do circo que é assassinado e enrolado na lona da tenda do circo. O livro acontece de maneira como se fosse as recordações de Jacob, que já encontrava velho e em um asilo. Marlena que viria a ser sua esposa pouco depois da rebelião dos animais, já havia morrido e Jacob se sentia menosprezado ao ser deixado no asilo, pois ainda era muito lúcido. Porém, para sua felicidade um circo chega à cidade e ele acaba indo com o circo novamente. Contando assim, parece até que nem precisa mais ler o livro, mas é aí que se engana. O livro é cheio de histórias, e é tão interessante e rico em detalhes, como o descrever das roupas usadas (que foi um dos motivos de eu postar ele aqui) e o laço de amizade entre Rosie e Jacob, que se torna fascinante e é impossível parar de ler. Aprovado e eu suuuuuuuper recomendo!

Go Speed Racer, Go!



Pra quem gosta, estreiou no cinema em maio Speed Racer. O interessante é que aparentemente o filme manterá o estilo e as cores do seriado animado, e não uma reinterpretação totalmente modificada. Os irmãos Wachowski e o produtor Joel Silver, criadores da inovadora trilogia “Matrix”, são os diretores da aventura para a toda a família Speed Racer, um filme de alta octanagem.Arremessando-se pista afora, costurando de um lado para o outro durante toda a competição, Speed Racer (Emile Hirsch) é extremamente talentoso ao volante. Nascido para competir em corridas de automóveis, Speed é agressivo, instintivo e, acima de tudo, destemido. Ele só compete realmente com a memória do irmão que ele idolatrava – o lendário Rex Racer, cuja morte em uma corrida deixou para trás um legado que instiga Speed a igualar.Speed é leal aos negócios da família no ramo das corridas, administrados pelo pai, Pops Racer (John Goodman), o engenheiro do trovejante Mach 5 de Speed. Quando Speed dispensa uma lucrativa e tentadora oferta da Royalton Industries, ele não só deixa o maníaco dono da empresa (Roger Allam) furioso, como descobre um segredo terrível – algumas das corridas mais importantes são pré-determinadas por certos magnatas impiedosos, que manipulam os principais corredores para inflar os lucros.A única maneira de Speed conseguir salvar os negócios da família e o esporte que ele ama é vencendo Royalton em seu próprio jogo. Com o apoio da família e da fiel namorada, Trixie (Christina Ricci), Speed se junta ao antigo rival, o misterioso Corredor X (Matthew Fox), para vencer a corrida que tirou a vida de seu irmão: o mortal rally que cruza o país, conhecido como A Provação.Ainda assim, o teste final para a verdadeira obstinação que Speed Racer tem em correr se dará no mais importante evento de todos, o Grande Prêmio da Liga Mundial de Corrida. Mas, entre Speed e a bandeira de chegada, estão os melhores – e mais cruéis – competidores do mundo, abastecidos por uma promessa de recompensa milionária da Royalton para o corredor que conseguir tirar, de uma vez por todas, Speed do páreo.Speed Racer é a primeira colaboração dos irmãos Wachowski no roteiro e na direção de um longa-metragem desde os filmes Matrix. Baseado na clássica série criada pelo pioneiro na animação Tatsuo Yoshida, a aventura de ação Speed Racer mostra o tipo de narrativa revolucionária nos efeitos especiais e nas inovações que já se tornaram marca registrada dos filmes dos irmãos Wachowski.






Para criar um filme recheado de ação e velocidade, Larry e Andy fizeram uso de sua imaginação mais louca para conceber um estilo de corrida de carros diferente de tudo que se conhece. Os carros de corrida de Speed Racer funcionam em uma perfeita sinergia entre forma e função, capazes de acrobacias a 180 quilômetros por hora que desafiam a gravidade. Verdadeiras peças de arte altamente “customizadas”, cada carro de corrida é mais fantástico do que o outro e foi concebido para refletir a personalidade do corredor.Grant Hill diz: “Larry e Andy Wachowski estão sempre em busca de maneiras de ir além nas coisas. Pesquisamos alguns esportes radicais, como skate e snowboarding, que têm movimentos contínuos, e imaginamos como as pistas de corrida deveriam ser e até que velocidade os carros precisariam ir para que os corredores pudessem fazer manobras aéreas similares”.Logicamente, nenhuma corrida da LMC seria completa sem as táticas escusas, dignas de batalhas entre gladiadores, que provocam questionamentos sobre a ética, como lanças com ganchos, pneus com hastes e lâminas de serra. O produtor Joel Silver comenta: “Esta idéia de um esporte extremo, com ação de contato completo, melhor descrito como uma mistura acrobática entre as artes marciais e a Fórmula 1, foi batizada por Larry e Andy como ‘Carro-Fu’, ou seja, as artes marciais automotivas”.Após mais de 40 anos e inúmeras versões televisivas, a história de Speed Racer e suas aventuras no Mach 5 foi readaptada para a tela grande pelos irmãos Wachowski, que empregaram não apenas efeitos especiais espetaculares e ação de alta voltagem, como também técnicas de fotografia de ponta, geradas por computadores de alta tecnologia. Enfim, é um filme muito bom, e recomendo a todos que assistam, afinal quem nunca assistiu Speed Racer quando era criança?