24 de junho de 2008

SPFW - Mário Queiroz




Nesse SPFW tive a oportunidade de trabalhar no backstage de Mário Queiroz, na sua coleção SS 08/09. A coleção foi inspirada em um artista venezuelano, Jesus Rafael Soto, que trabalha a arte cinestésica. Isso lhe rendeu estampas da "Op Art". A silhueta é bem sequinha, misturando a alfaiataria com o streetwear, deixou a moda masculina mais despojada e inteligente. Sem contar que ficou sensual na medida certa. Com shorts curtos, camisas, calças e paletós e sobreposições os modelos desfilaram. Também se encontrou muitas padronagens xadrez e coletes que continuarão em alta. Paetês e canutilhos foram fortes na coleção, dando um brilho a mais. Os corpos dos modelos pintados deram todo o link final, sobre o trabalho de Soto em sua coleção, uma vez que ele trabalha muito bem as listras. O dourado foi muito forte, assim como os tecidos leves (com exceção aos tecidos usados nos paletós). A trilha sonora não poderia ter sido melhor. Só posso dizer que foi muito bom acompanhar de pertinho o dia inteiro do desfile!!




Ken Park


Filmes que expõem as mazelas de nossa sociedade hipócrita, escancaram suas entranhas e escandalizam os mais puritanos me atraem em particular. Independente da qualidade, passível de ser criticada como em qualquer filme, gosto da iniciativa de diretores que têm a coragem de pôr a mão na ferida, de causar aquela sensação incômoda no espectador ao depará-lo com a realidade nua e crua que muitos preferem ignorar. Larry Clark, de Kids e Bully, é um desses cineastas que sabem causar desconforto e, ainda, imprimir qualidade a suas produções. Mas se você acha que já viu tudo em matéria de crueza, prepare-se para Ken Park. Para ser ter uma idéia, quando foi exibido no Festival de Veneza em 2002, muitos críticos se recusaram sequer a vê-lo. Durante sua projeção, em diversos lugares do mundo, a cena se repetia: espectadores ofendidos deixando a sessão pela metade. Alguns países nem ao menos cogitaram sua exibição, mesmo que para o público adulto.Ken Park, exibido por aqui nas mostras do Rio e São Paulo há alguns anos, chegou nos cinemas e, quem tive a oportunidade e estômago para vê-lo, entendeu o porquê de toda essa polêmica em torno do filme. Clark volta a abordar as idiossincrasias dos adolescentes problemáticos, mas vai além ao usar sexo explícito para contar a história de quatro jovens perdidos numa sociedade que os rejeita ou é rejeitada por eles. São eles Shawn (James Bullard), que transa com a mãe da namorada; Claude (Stephen Jasso), um jovem apaixonado por skate oprimido pelo pai beberrão; Tate (James Ransone), que convive com os avós a quem odeia e maltrata; e Peaches (Tiffany Limos), uma garota obrigada a lidar com o pai viúvo e fanático religioso. Todos eles conheciam de vista Ken Park, garoto suburbano que comete suicídio logo no início da fita, dá nome ao filme, mas pouco tem a ver com a narrativa. Apenas no final descobrimos os motivos que o levaram a se matar.Definir Ken Park não é tarefa fácil. Bom? Ruim? Mediano? Isto depende muito da tolerância de cada espectador. Clark não faz concessões, não é parcimonioso em nenhum momento. Ao contrário, o filme prodigaliza cenas de sexo entre os adolescentes (na verdade, adultos bem caracterizados): oral, ménage à trois, sadomasoquismo. Tudo explícito, com closes generosos tanto nas genitálias femininas quanto nas masculinas. Algumas cenas causam repugnância e soam propositadamente gratuitas, como a do personagem Tate se masturbando e se auto-asfixiando enquanto ouve uma jogadora de tênis arfar durante um jogo transmitido pela TV. Se Ken Park fosse o primeiro longa de Clark, poderíamos acusá-lo sem pestanejar de gratuidade com o objetivo claro de chocar. Mas o diretor já deu mostras anteriores de que é capaz de não sucumbir a este expediente para conseguir chamar a atenção. Na verdade, ao meu ver, ele fez uma espécie de caricatura de uma juventude perdida em seu próprio tempo. Há exagero, mas há também verdade e honestidade em seu filme. Na tela, além de sexo, o que se vê é uma crítica ácida ao modo como as pessoas costumam enfrentar as frustrações da vida. Os adultos dissimulando as suas e deixando os jovens sem referências para lidarem com as deles. O resultado pode ser...Ken Park.

Irreversível

Irreversível é um filme que incomoda desde o início – ou eu deveria dizer 'final'? A primeira coisa que surge na tela são os créditos de encerramento, que, como se não bastasse, vão gradualmente 'entortando', o que cria uma forte sensação de desconforto no espectador. Além disso, durante boa parte do primeiro ato, a câmera parece girar incontrolavelmente, impedindo que vejamos claramente o que está acontecendo. Não é à toa que, em todas as exibições desta produção, várias pessoas acabam abandonando a sala antes da metade da projeção.
E isto é uma pena, já que Irreversível é absolutamente genial. Apesar de contar uma história bastante simples (mulher é estuprada e seu namorado parte em busca de vingança), o filme se torna fascinante
, narrando a trama em cronologia inversa, ou seja: começando na vingança e terminando em um período anterior ao estupro. Assim, quando encontramos Marcus (Vincent Cassel) pela primeira vez, somos levados a acreditar que o sujeito é um indivíduo animalesco, tamanho seu ódio. Porém, à medida em que vemos a raiva do personagem ser gradualmente 'desconstruída', percebemos que ele é uma pessoa comum, e que sua ira é fruto de uma tragédia - o que nos leva à inevitável conclusão de que, conforme as circunstâncias, qualquer um de nós poderia exibir aquele tipo de comportamento. E o cineasta Gaspar Noé é hábil ao ilustrar a confusão mental de seus protagonistas justamente através da movimentação de sua câmera – e, com isso, os quadros vão ficando mais estáveis à medida em que Marcus e seu amigo Pierre (Albert Dupontel) vão se 'acalmando' (o que se revela um recurso inteligentíssimo). Mas a fluidez da câmera não funciona apenas como 'termômetro' do estado psicológico dos personagens; a intensa movimentação dos quadros permite, também, que Noé crie belas transições no tempo e no espaço: no tempo, em função do retorno cronológico da narrativa, que é muitas vezes realizado através de cortes ocultados pela constante movimentação; e, no espaço, graças às fusões que se tornam imperceptíveis também através do movimento intenso (em certo momento, por exemplo, a câmera mergulha no interior de uma ambulância, passando, em seguida, para um camburão – e somos levados a acreditar que tudo foi feito em uma tomada contínua, o que não é verdade). Aliás, Irreversível é repleto de planos-seqüência (longas tomadas sem cortes) memoráveis, como aquela em que a câmera, inicialmente situada no banco dianteiro de um automóvel, parece sair do carro (que se encontra em alta velocidade) e focalizar os passageiros no banco traseiro, voltando a entrar pela janela dianteira momentos depois. No entanto, este longa não é apenas um prodígio técnico, já que o cineasta utiliza a trama para fazer curiosas indagações morais e sociais: logo no início da projeção, por exemplo, entramos em uma boate gay que chega a assustar pela depravação ali promovida (e percebam que costumo me considerar um sujeito liberal). Enquanto busca informações, Marcus interroga vários clientes do estabelecimento (cuja decoração remete ao Inferno) e é recebido com respostas como 'Enfia o punho em mim que eu digo!' e 'Me bate que eu conto!'. Porém, em vez de julgar, Noé mostra, posteriormente, uma festa promovida por burgueses heterossexuais e que também se assemelha a uma orgia. É como se o filme perguntasse: existe uma diferença real entre os dois lugares? Por que condenamos um e tendemos a aceitar o outro? Ao mesmo tempo, Irreversível promove um fascinante estudo – não de personagem, mas sim sobre o comportamento humano. Quando assistimos a uma conversa entre Marcus, Pierre e Alex (Monica Bellucci), que discutem o orgasmo, o assunto abordado é totalmente irrelevante, já que Gaspar Noé quer, na realidade, que compreendamos a dinâmica entre estas três pessoas, que as observemos em um ambiente de normalidade – e, a partir daí, percebamos como um homem carinhoso e gentil pode se converter em um assassino em questão de minutos (não estou revelando nada de importante, já que o crime em questão acontece nos primeiros minutos da história). E já que citei o assassinato, devo avisar que Irreversível não faz concessões ao espectador: enquanto outros diretores desviariam a câmera para evitar que a platéia visse os resultados dos golpes de um extintor de incêndio na cabeça de um homem, Noé faz a mais absoluta questão de manter o foco no rosto da vítima, que é gradualmente destruído diante de nossos olhos (o efeito foi obtido através de computação gráfica). Da mesma forma, a já famosa seqüência do estupro é realizada em uma única tomada, transformando-nos em testemunhas impotentes do drama de Alex (a performance de Bellucci nesta cena é estupenda). Defendendo a cruel teoria de que o 'tempo destrói tudo', Irreversível realça a dimensão da tragédia de seus três protagonistas ao levar o espectador a conhecer, primeiramente, o terrível destino que os aguarda. Assim, quando vemos aquelas pessoas em uma época ainda feliz, o peso do futuro confere um ar sombrio a tudo o que vemos – e a 'revelação' feita nos minutos finais da projeção intensifica este sentimento. Quando o filme chegou ao fim, confesso que chorei – não pelo que havia acontecido, mas sim em função do que ainda iria acontecer.

Amélie Poulain


Em certo momento de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, a personagem-título, ansiosa com o atraso de uma pessoa, começa a imaginar os motivos que poderiam ter provocado a demora e só consegue pensar em duas razões: a primeira é incrivelmente simples, mas a segunda é tão criativa que se torna inacreditável. E esta característica, a imaginação exacerbada, é justamente a marca registrada de todo o roteiro, que possui idéias suficientes para mais dez filmes. Escrita por Guillaume Laurant, a história gira em torno de Amélie Poulain (Tautou), uma jovem solitária que, certo dia, encontra em seu apartamento uma caixinha contendo diversos brinquedos que foi escondida por um garoto que morou ali há várias décadas. Sem ter muitos propósitos na vida, a moça resolve devolver o objeto para seu dono e, sentindo-se recompensada pela reação deste, decide solucionar os problemas de todas as pessoas com quem convive. No entanto, suas estratégias jamais se aproximam do óbvio e, com isso, ela bola planos complicadíssimos que muitas vezes (mas não sempre) funcionam melhor do que uma conversa franca (a maneira que ela encontra para estimular o pai a viajar é uma das melhores coisas do filme). O que Amélie parece compreender muito bem é que, de modo geral, são os pequenos detalhes que determinam o grau de satisfação com que levamos nossas vidas: prazeres rotineiros ou contratempos triviais quase sempre definem aquilo que costumamos julgar como sendo um 'bom' ou um 'mau' dia. Da mesma forma, são nossas preferências mais sutis que, de um jeito ou de outro, acabam servindo como indícios de nosso caráter – e o filme acerta em cheio ao apresentar alguns de seus personagens através daquilo que eles gostam ou não: uma vizinha de Amélie gosta de ouvir o barulho da tigela de leite batendo no azulejo do chão de sua cozinha; e a heroína adora ver a expressão das pessoas em uma sala de cinema. São observações como estas que demonstram algo que fica claro ao longo da projeção: os realizadores de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain apreciam verdadeiramente as particularidades da natureza humana e, portanto, analisam com sensibilidade os efeitos que certos acontecimentos (como a morte ou o término de um relacionamento) exercem sobre as pessoas. Além disso, o filme consegue conferir beleza aos atos mais simples, como no momento em que um personagem cata alguns grãos de açúcar que se encontram sobre a mesa. Porém, ao contrário do que muitos poderiam imaginar a partir das constatações acima, Amélie jamais se torna um filme maçante. Ao contrário: caso tivesse sido produzido por Hollywood, vários críticos não hesitariam em classificá-lo como uma produção 'comercial', já que funciona também como um passatempo descompromissado, repleto de tiradas divertidíssimas. Boa parte da responsabilidade por este sucesso cabe, é claro, ao roteiro de Laurant, mas isso não quer dizer que o excepcional trabalho do cineasta Jean-Pierre Jeunet deve ser relegado a um segundo plano: associados à belíssima fotografia de Bruno Delbonnel, os enquadramentos e movimentos de câmera criados pelo diretor conferem grande fluidez e dinamismo ao filme, tornando a experiência ainda mais alucinante (e quando digo 'alucinante', estou sendo quase literal, já que as reflexões dos personagens vistos no filme acontecem, em alguns casos, como incríveis delírios visuais). Como se não bastasse, Jeunet faz uma sutil referência ao maravilhoso Delicatessen, que co-dirigiu ao lado de Marc Caro em 1991, ao mostrar a interferência de um 'encontro sexual' sobre os objetos espalhados na lanchonete em que a protagonista trabalha. Enquanto isso, Audrey Tautou cria uma Amélie absolutamente adorável, que está sempre vendo o mundo com olhos arregalados de admiração... e preocupação. Amélie não é apenas uma jovem sonhadora e sensível – ela também é uma moça solitária que, é importante dizer, encontra em suas missões uma forma de preencher o vazio de sua própria existência, o que a transforma em uma personagem ainda mais interessante (aliás, durante os créditos iniciais podemos ver algumas de suas brincadeiras durante a infância, o que aumenta ainda mais nossa proximidade com a moça). Assim, à medida em que a história se desenvolve, Amélie se torna cada vez mais 'real' – e passamos a compreender melhor sua filosofia de vida ('Quando o dedo aponta para o céu, o imbecil olha para o dedo', alguém diz em certo momento do filme, seguindo instruções da garota). Ao contrário daquilo que acontecia em Delicatessen, desta vez Jean-Pierre Jeunet não constrói um universo surrealista para ambientar sua história: a Paris vista em O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é fantasiosa, mas não fantástica. E é desta forma que o diretor consegue extrair o mágico do cotidiano e escrever poesia a partir do banal. Mas seria Amélie anjo? A espécie de tortura psicológica a que ela submete uma personagem é moralmente correta? Não, na verdade não é. Se o seu objetivo fosse fazer felizes todas as pessoas do mundo, tentaria não só fazer ver ao merceeiro abusador que o seu comportamento está errado, como também incentivaria o seu assistente abusado, a “defender-se” pelos seus próprios meios. Temos aqui, pois, um conjunto de atos mais motivados por uma certa vingança e satisfação pessoal com os resultados, do que propriamente com “fazer o bem”. Quanto a mim, não faz sentido partir de um pressuposto errado (que a moça é um anjinho e que só faz o bem), para depois criticar o argumento dizendo que afinal não faz tão bem assim. Ela é apenas humana, e estamos a falar apenas de um filme, não de um tratado moral. Mesmo incapaz de “mudar o mundo” do espectador, Amélie não decepciona aqueles que a procurarem sem exigirem que se conforme com a sua idéia particular do que arte cinematográfica deve ser (mais Nouvelle Vague, talvez), seja em termos de “densidade” narrativa, seja em termos de tratamento visual. Quem considere que qualquer movimento ou ângulo de câmara pouco convencional ou qualquer imagem “artificial” e irreal se reconduz a um “estilo MTV”, não terá a capacidade para se deixar seduzir. O filme é belo, simples e emocionante, em particular para quem o for ver enquanto filme (em abstrato) e não enquanto “arte e ensaio” (por mero acaso sob a forma de filme), com base em conceitos cada vez mais diluídos. Indico e cada vez que posso alugo de novo. Simplismente fantástico!

Tecelagens e seus estoques!


O meu inter desse semestre veio repleto de surpresas. A começar pelo meu grupo (apenas eu e a Jadhe), já saberíamos que iríamos ter trabalho de sobra em apenas duas. Mas valeu a pena. Porém o interessante dessa história toda, foi a nossa busca atrás dos tecidos da peça que a gente estava desenvolvendo. A roupa era linda no papel, então teríamos que encontrar um tecido à altura certo? Os professores nos indicaram tecelagens que você só não paga pra passar na porta, porque não tem como, pois são caríssimas, mas fomos ver né, quem sabe eles tivessem um estoque incrível...Fomos em todas as tecelagens possíveis na Rua Augusta, mas seus estoques realmente incríveis variavam de R$100 a R$240 o metro dos tecidos, importados... Não preciso nem dizer que a gente voltou pra casa totalmente frustradas, não tínhamos essa grana! Sem dizer que o zíper que encontramos custava na média R$200. Um mísero zíper! Mas ok, quem pode pode não é? E como não estávamos podendo, fomos até a GJ na 25 de Março. A loja é realmente demais, tem tudo que você procura, mas ainda não tínhamos encontrado o shantung que a gente procurava. Parecia que ele existia só na nossa cabeça. A gente já estava quase desistindo quando indicaram uma tecelagem que era tão perto da nossa casa e a gente nunca tinha entrado! A Tecelagem La Mode em Moema, na Alameda dos Nhambiquaras com a Aratãs. Fica próxima à Tecelagem Lorena. Fomos super bem atendidas e Seu Pedro e o Silvério acabaram se tornando peças chaves no nosso inter, porque o tanto de vezes que fomos lá e ficamos horas pechinchando e discutindo como teria que ser o tecido e a modelagem...Até que Seu Pedro resolveu mostrar o ouro e trouxe um tecido importado da França, estoque mesmo, pois eram os dois últimos metros do rolo e era do tempo que se amarrava cachorro com linguiça! Foi então que a gente percebeu que o tecido existia!!!! Ele não estava apenas nos nossos pensamentos, ele era real! Era um shantung dupion de seda com poliéster, que tinha o brilho certo, a cor certa, a tonalidade certa, a textura certa e o caimento certo! Posso até afirmar com quase 100% de certeza que o tecido estava esperando pela gente. E o melhor de tudo: o preço! Por ser importado e tratar-se de um tecido muito fino, era de se esperar que custasse os olhos da cara, certo? Errado! Em comparação com a 25 de Março que um shantung dupion que nem era de seda e muito menos o que a gente procurava estava R$78 o metro, e os outros preços exorbitantes da Augusta, conseguimos sair de um preço de R$125 o metro para R$90. Mas o complemento ainda estava por vir. Parecia que nosso sonho tinha se tornado realidade de verdade. A outra peça que iria por cima, um pelerine na cor pérola ainda atormentava nossos pensamentos. Mas outra vez Seu Pedro trouxe a luz. O mesmo shantung dupion que o preto, tinha na cor pérola! Eu tava soltando fogos por dentro. E o melhor: era outra peça de estoque, ou seja, iria rolar outro desconto, mesmo porque esse era menor ainda, era o último metro!!! A nossa busca tinha acabado. O tecido existia. E não coloquei o preço dos tecidos aqui só pra falar o quanto gastei, mas é temos um pouco daquilo "Tecelagem na zona sul são os olhos da cara". Realmente são mesmo. Mas os estoques, não tem nada igual. E saiu praticamente o mesmo preço que teria saído na 25 de Março. O que quero passar com esse post é que é só bater perna e pechinchar que tudo se encaixa! Essas tecelagens atendem um público que compra muitos metros, então se você estiver precisando de um ou dois, será como uma mão lavar a outra. A gente desencalhou aqueles tecidos que estavam lá a anos e que nunca seriam vendidos pelas suas metragens, e eles resolveram o nosso problema do inter. Sem dizer que aprendi coisas na prática com Seu Pedro e o Silvério que não vou aprender em faculdade nenhuma, se chama experiência de vida. E eles tiveram toda a paciência do mundo com a gente para nos ensinar o que sabiam. E o nosso inter agradece! Como não tenho nenhuma foto da tecelagem, resolvi colocar a peça pronta...

Benedito Calixto



Programa ideal para um sábado de sol e divertido. Encontra-se de tudo nas barraquinhas, desde cds raros a móveis antigos, incensos artesanais e roupas feitas à mão. Pra encontrar pessoas e paquerar. A feira lota mesmo durante a tarde. Algumas das bancas dos camelôs que ficam ao longo da rua Teodoro Sampaio, nas cercanias da praça, como a do Rogério, especialista em animes, são mais interessantes hoje em dia que a maioria das barraquinhas da praça. Mais que 300 expositores, comida típica, é o famoso chorinho de Canário e seu Regional. Jóias coloridas, velhos livros, talheres de prata e discos fora do catálogo que só se acha aqui. Além da boa comida, como um delicioso Acarajé. Depois dançando um chorinho, tomando uma gelada...Infelizmente a feira não é mais o que costumava ser. Hoje encontra-se ainda algumas antiguidades é verdade, mas a feira anda se tornando aquele negócio "tem cara de antigo e eu não quero mais, vou vender na Calixto!". O que é uma pena, pois a feira era incrível, pois além da comida da própria feirinha, existem restaurantes ao redor muito bons. Mas ainda continua sendo uma boa opção, pois o chorinho continua cada vez mais animado! Ainda bem né!


17 de junho de 2008

Assustadoramente estilosas


Em 1998, um desconhecido artista de Hong Kong, Michael Lau, levou para uma amostra de brinquedos alguns GI Joe (o nosso conhecido Falcon) remodelados e customizados, com roupagem hip-hop, logos, correntes e jeans. Fizeram o maior sucesso, pois eram diferentes de tudo que se havia visto. Essa criatividade estimulou a imaginação de muitos artistas e pessoas normais. Lau fez 101 figuras customizadas assim. Hoje ela valem como verdadeiras jóias. Michael Lau ganhou status de mito, e é citado sempre que se fala nas origens do movimento, ao lado de James Jarvis, Eric So, Bounty Hunter, Brothersfree, Jason Siu, Tim Tsui, Jakuan, Furi Furi e outros. O Big Bang de 1998 reverberou no mundo todo. Mas nem toda figura em 3D é necessariamente um toy art. Para os não-iniciados, é um absurdo pagar R$1.000,00 por um coelho rosa, sendo que ele pode comprar um patinho de borracha por R$5,00. Ambos podem ser bem feitos e legais. Mas qual a diferença? A principal diferença que designa o movimento: a visão do artista. O patinho será feito por um artista desconhecido (na maioria das vezes, trabalhando de acordo com o mercado e limitações técnicas), para uma multinacional enorme e será produzido aos milhões, enquanto o coelho rosa será feito pelo KAWS, com série de 500 unidades, e com uma visão única de um coelho. A baixa produção e a discontinuidade das séries asseguram a raridade e o colecionismo. Mas o que você pode classificar como uma legítima peça da toy art é a novidade. Um toy art tem de ser diferente de tudo que você viu até hoje, características e design únicos, e ser altamente desejável.O que difere um designer toy de um artista normal são suas origens. Muitos são ilustradores, grafiteiros, designers gráficos, artesãos, etc. Não são pintores ou escultores acadêmicos. Essa é a natureza da toy art: transformar algo comum (como um brinquedo) em algo que possa passar uma mensagem, que pode ser política, underground, subversiva, erótica, trágica, meiga. São formas que remetem a um quê infantil presente no inconsciente coletivo, com pitadas de ironia e bom humor. As peças, normalmente numeradas, podem ser de vinil (e produzidas em escala industrial) ou resultar de técnicas artesanais, feitas por jovens designers do País. É a criatividade da produção nacional transformada em brinquedos para gente grande, que ganha merecido facho de luz. Para quem é fã de bonequinhas vintage macabras, vai amar a Blythe. Ela foi lançada originalmente em 1972 pela marca japonesa Kener e, depois de um ano foi retirada do mercado, pois as vendas não foram satisfatórias - ela tinha uma cabeça muito grande e uma carinha meio assustadora. Os país achavam que ela não era apropriada para suas filhas. Com a moda do estilo vintage do toy art e depois de estrelar uma companha do shopping Parco em Tókio, ela voltou. O legal da Blythe é que você pode mudar o cabelo dela (tipo aquelas barbies do Paraguai que tinha peruca rs), os olhos e colocar acessórios muito fofos como óculos de sol, blusinhas superfashion, fantasias e maquiagem. Aqui no Brasil quem vende é a Plastik, mas você pode achar no ebay ou mecado livre.P.S: no Flickr achei uma menina que coleciona Blythe e outras bonecas e tira fotos delas como modelos fotográficas, bem legal. É a Wedgeh.

Os melhores figurinos da Broadway


Os melhores figurinos da Broadway de 2008, foram anunciados em Nova York, nesse dia 15 de junho. Ligações Perigosas, com figurino de Katrina Lindsay, levou Melhor Figurino de Peça. Laura Linney, no foto, é a protagonista, ela faz a Marquesa de Merteuil. O prêmio de Melhor Figurino Musical foi para South Pacific, com figurino de Catherine Zuber. Quem vai viajar para Nova York e não deixa e ir à Broadway, aí estão duas sugestões glamurosas.

Casa de Criadores SS 2008

.TudiCofusi. Montação pesada na intervenção [/performance] do coletivo, com um desfile que cheirava a ‘80s. As [já badaladíssimas] unhas eram supercolor: mas, entenda, coloridas mesmo, pois CADA UNHA das modelos era de uma cor diferente. O make também fazia a linha rainbow. Além de muitos carões e bocões dos performistas, teve tecidos colantes e hot pants.



.Gustavo Silvestre. Ele criou estampas com um ar meio étnico – sabe arte maia, inca e asteca? Os desenhos me lembraram isso. A coleção é limpa, sem loucurinhas, mas muito charmosa, com o cáqui se contrapondo ao colorido das estampas. Uma coisa interessante também foi a calça amarrada no tornozelo. No make, até os homens tinham os olhos marcados, fazendo o faraó.





.ADD (Attention Deaf Disorder). Faissal Makhoul, estilista da marca, trouxe meninos com faixas na cabeça, bem na vibe Menudos (canta, dança, sem parar!!!). Nos pés, sempre o tênis slip (ou iate) - outro clássico dos ‘80s - nas mais diferentes cores e estampas. Bolsa, colares e lenços no pescoço completavam o guarda-roupa desse novo homem que não vê problema algum em pegar uma ou outra peça do closet da namorada - ou do namorado!

.Diva. Andréa Ribeiro reeditou as rosas enormes que tinha no seu Inverno 2008. Aliás, o fashion show da Diva foi todo mega: laços enormes na cabeça; folhonas nos tornozelos; chapelões; lenços nos cabelos – tudo construindo uma coleção meio flower power. Sem falar nos megaóculos (amo!), retrôs até dizer chega.




.Marcelu Ferraz. Os meninos vieram numa profusão de estampas com referências à natureza. Impossível não olhar pro sapato de bico fino com a meia passando do tornozelo, que contrastava demais com o macacão, as batas, bolsas, faixas e viseiras. O mood do homem Marcelu Ferraz me lembrou o da ADD: acho que ele também pega coisas no guarda-roupa da sua garota, apesar do fofo do MF ficar mais na academia.




.Walério Araújo. Duas coisas a se esperar dos desfiles do Walério: um ar de magia carnavalesca e um final apoteótico – sempre protagonizado por ele. E agora parece que vai se juntar à tradição do seu catwalk uma modelo-celeb ou celeb-modelo. Na Casa passada, de Inverno 2008, teve Viviane Orth, a top que é queridinha de John Galliano (=Dior). Dessa vez, o show ficou por conta de Claudia Leitte. O estilista adora um bom ornamento na cabeça das belas e trouxe muitos deles, pra acompanhar os longões que, num passo de transformers, viravam curtinhos.

Fashion Rio 2008


.Tessuti. O desfile começou com looks em tom quase pele, depois veio o cinza, e finalmente o preto. Detalhe: com plumas! Organza e tricô, com toque de pedras semi-preciosas, marcaram a apresentação bem distribuída e organizada. A calça permaneceu seca, e o drapeado se fez presente.
.Homem de Barro. O casal Marcio Duque e Aline Rabello comandam a marca extremamente ligada ao artesanal. O resultado é delicadamente belo e complexo.
.Caroline Rossato. Ela, que é mais uma das novas estilistas do Fashion Rio, tem como destaque os acessórios e peças em couro, muito mais leves e elegantes do que o que normalmente é apresentado com o material. No mínimo, interessante.
.Juliana Jabour. Na coleção “oitentista” de Juliana Jabour, o tema foi “Sinestesia”. A marca ousou sair de sua competência essencial, a malha, e caiu nos tecidos planos. O resultado foi uma alfaiataria que não abriu mão do evasê e balonê, marcas registradas da estilista. Os vestidinhos, como sempre deliciosos, drapês suaves em tons de cinza e amarelo e a geometria em cubos: essas foram as chaves de um desfile sem muita novidade, mas com um charme inconfundível.
.Maria Bonita Extra. Ana Luiza Magalhães trouxe à passarela uma modelagem solta, com o universo masculino versando com o feminino. A linha de estilo da marca não se alterou muito. Foram vistos coletes sobrepostos a vestidinhos, suspensórios e um vestido rosa com uma discreta gravata - tudo muito feminino e sensual.
.Eliza Conde. A marca levou à passarela um retrô-moderno envolto na década de 20 e também com um ar de contracultura hippie. A extinta boca de sino deu o ar da graça, bem como o patchwork e as sobreposições. Uma deliciosa viagem no tempo entre flores.
.Coca-Cola Clothing. A estreante que causou furor no terceiro dia foi a marca da AMC Têxtil, Coca-Cola Clothing. Não pelos modelitos, mas sim por ser uma marca de refrigerantes alçando vôo pelo mundo fashion. A coleção seguiu uma linha bemmmm normalzinha. A idéia era acompanhar os estudantes do colégio à formatura. A malharia apareceu em peso, e não teve nenhum look drama.
.Cavendish. Retomando o tema contracultura, que já foi falado por aqui com o desfile de Eliza Conde, a marca também se jogou por aquelas bandas. Na realidade, eles preferiram adotar o tema “antimoda”, seja lá o que realmente for isso. Apareceram franzidinhos na cintura, flores bordadas, amplitude nos modelos, camadas em vestidos. O curto também estava por lá.

Água para elefantes


Parece que foi ontem que comecei a ler esse livro. Um romance muito bom, que conta a história de Jacob, um estudante de veterinária que não chegou a se formar. Com a morte de seus pais, ele desiste da faculdade nas últimas provas ainda atordoado com o acontecimento. Se junta a um circo, Irmãos Benzini, e lá constrói parte de sua vida cuidando dos animais e montando e desmontando a tenda. Conhece Marlena, a adestradora de cavalos e artista do circo por quem se apaixona, mas que era casada com August, carismático porém malvado treinador de animais. Com o passar do tempo Jacob cria laços de amizade com o anão do circo com quem dividia o vagão - Walter - e com todos os que viviam no circo. Rosie entra em cena, uma elefanta que seria a salvação do circo. Porém ela é "arteira" e desobediente. Até que se descobre que ela entende apenas comandos em polonês, o que se torna bom pra Jacob, uma vez que ele próprio o é. Vários acontecimentos são desencadeados ao longo do livro, entre eles a união de Jacob, Rosie e Marlena, até que então acontece o famoso "estouro na tenda principal", que ficou na história. Os animais se rebelam, e August morre esmagado por Rosie. Na verdade o livro é uma mistura de muitas histórias circenses. A elefanta que entendia polonês, na verdade era alemão e seu nome era Old Mom. Já a elefanta que matou seu treinador era Topsy, uma vez que conta os registros que era muito maltratada espancada por ele. Até o dia que ela o matou, com a estaca de ferro que firmavam a elefanta. Dentre tantas outras ocorrências que acontecem na história, é válido lembrar a questão da gengibirra da Jamaica,que era muito consumida naquela época. E que causou paralisia em cerca de 100 mil americanos entre 1930 e 1931. Assim como a parte do dono do circo que é assassinado e enrolado na lona da tenda do circo. O livro acontece de maneira como se fosse as recordações de Jacob, que já encontrava velho e em um asilo. Marlena que viria a ser sua esposa pouco depois da rebelião dos animais, já havia morrido e Jacob se sentia menosprezado ao ser deixado no asilo, pois ainda era muito lúcido. Porém, para sua felicidade um circo chega à cidade e ele acaba indo com o circo novamente. Contando assim, parece até que nem precisa mais ler o livro, mas é aí que se engana. O livro é cheio de histórias, e é tão interessante e rico em detalhes, como o descrever das roupas usadas (que foi um dos motivos de eu postar ele aqui) e o laço de amizade entre Rosie e Jacob, que se torna fascinante e é impossível parar de ler. Aprovado e eu suuuuuuuper recomendo!

Go Speed Racer, Go!



Pra quem gosta, estreiou no cinema em maio Speed Racer. O interessante é que aparentemente o filme manterá o estilo e as cores do seriado animado, e não uma reinterpretação totalmente modificada. Os irmãos Wachowski e o produtor Joel Silver, criadores da inovadora trilogia “Matrix”, são os diretores da aventura para a toda a família Speed Racer, um filme de alta octanagem.Arremessando-se pista afora, costurando de um lado para o outro durante toda a competição, Speed Racer (Emile Hirsch) é extremamente talentoso ao volante. Nascido para competir em corridas de automóveis, Speed é agressivo, instintivo e, acima de tudo, destemido. Ele só compete realmente com a memória do irmão que ele idolatrava – o lendário Rex Racer, cuja morte em uma corrida deixou para trás um legado que instiga Speed a igualar.Speed é leal aos negócios da família no ramo das corridas, administrados pelo pai, Pops Racer (John Goodman), o engenheiro do trovejante Mach 5 de Speed. Quando Speed dispensa uma lucrativa e tentadora oferta da Royalton Industries, ele não só deixa o maníaco dono da empresa (Roger Allam) furioso, como descobre um segredo terrível – algumas das corridas mais importantes são pré-determinadas por certos magnatas impiedosos, que manipulam os principais corredores para inflar os lucros.A única maneira de Speed conseguir salvar os negócios da família e o esporte que ele ama é vencendo Royalton em seu próprio jogo. Com o apoio da família e da fiel namorada, Trixie (Christina Ricci), Speed se junta ao antigo rival, o misterioso Corredor X (Matthew Fox), para vencer a corrida que tirou a vida de seu irmão: o mortal rally que cruza o país, conhecido como A Provação.Ainda assim, o teste final para a verdadeira obstinação que Speed Racer tem em correr se dará no mais importante evento de todos, o Grande Prêmio da Liga Mundial de Corrida. Mas, entre Speed e a bandeira de chegada, estão os melhores – e mais cruéis – competidores do mundo, abastecidos por uma promessa de recompensa milionária da Royalton para o corredor que conseguir tirar, de uma vez por todas, Speed do páreo.Speed Racer é a primeira colaboração dos irmãos Wachowski no roteiro e na direção de um longa-metragem desde os filmes Matrix. Baseado na clássica série criada pelo pioneiro na animação Tatsuo Yoshida, a aventura de ação Speed Racer mostra o tipo de narrativa revolucionária nos efeitos especiais e nas inovações que já se tornaram marca registrada dos filmes dos irmãos Wachowski.






Para criar um filme recheado de ação e velocidade, Larry e Andy fizeram uso de sua imaginação mais louca para conceber um estilo de corrida de carros diferente de tudo que se conhece. Os carros de corrida de Speed Racer funcionam em uma perfeita sinergia entre forma e função, capazes de acrobacias a 180 quilômetros por hora que desafiam a gravidade. Verdadeiras peças de arte altamente “customizadas”, cada carro de corrida é mais fantástico do que o outro e foi concebido para refletir a personalidade do corredor.Grant Hill diz: “Larry e Andy Wachowski estão sempre em busca de maneiras de ir além nas coisas. Pesquisamos alguns esportes radicais, como skate e snowboarding, que têm movimentos contínuos, e imaginamos como as pistas de corrida deveriam ser e até que velocidade os carros precisariam ir para que os corredores pudessem fazer manobras aéreas similares”.Logicamente, nenhuma corrida da LMC seria completa sem as táticas escusas, dignas de batalhas entre gladiadores, que provocam questionamentos sobre a ética, como lanças com ganchos, pneus com hastes e lâminas de serra. O produtor Joel Silver comenta: “Esta idéia de um esporte extremo, com ação de contato completo, melhor descrito como uma mistura acrobática entre as artes marciais e a Fórmula 1, foi batizada por Larry e Andy como ‘Carro-Fu’, ou seja, as artes marciais automotivas”.Após mais de 40 anos e inúmeras versões televisivas, a história de Speed Racer e suas aventuras no Mach 5 foi readaptada para a tela grande pelos irmãos Wachowski, que empregaram não apenas efeitos especiais espetaculares e ação de alta voltagem, como também técnicas de fotografia de ponta, geradas por computadores de alta tecnologia. Enfim, é um filme muito bom, e recomendo a todos que assistam, afinal quem nunca assistiu Speed Racer quando era criança?

28 de maio de 2008

25th Of March Street

Você precisa de uma bolsa nova e está sem muito dinheiro? 25 de Março! Você está procurando tecidos para qualquer fim, seja ele confecção própria ou trabalhos de faculdade? 25 de Março! Está querendo artigos que andam em altas nas novelas? 25 de Março? Quer aquela caneta que dá choque? Ou talvez artigos para festas, carnaval, bijuterias, papelaria, eletroeletronicos, ouro, prata? 25 de Março! O fato é que a 25 de Março se tornou um ponto de referência, com cara própria e suas próprias leis. É possível encontrar de tudo, seja nos camelôs, nas galerias ou nas lojas de rua. Armarinhos Fernandes é bom para quem procurar artigos de papelaria (por sinal comprei muito material barato lá), costura em geral, brinquedos, artigos de perfumaria popular, e artigos para festas de crianças. Tem um enorme número de filiais ao longo da rua. Já saindo do metrô São Bento, um pouco depois em uma galeria, é possível encontrar GJ Tecidos. Tem um mundo de tecidos, rendas, não-tecidos, barbatanas (Vivienne Westwood compra as suas lá, como a própria mesmo já falou) e dentro dessas opções infindades de cores e texturas. Seu preço não é dos melhores, mas também não é dos piores. A rua 25 de Março possui uma infinidade de produtos a oferecer, como por exemplo a Katmandu. Essa loja encontra-se localizada no final da 25 de Março, sentido Parque Dom Pedro. Além de encontrar produtos indianos para decoração, há uma linha de confecção 100% indiana (os produtos são todos importados diretamente da Índia), sapatos, móveis, incensos. Seu preço não é lá muito barato mas o produto é de qualidade garantida. Na esquina da Ladeira Porto Geral com a 25 de Março está localizada uma das principais lojas de tecidos populares da região. Niazi Chohfi. É raro você entrar na loja e ser atendido em menos de 10 minutos, não por imcompetência, mas sim por hiper-lotação. Você encontra desde o mais vagabundo dos algodões crus, até lingerie e artigos para confecção de cortinas. É uma loja de preços populares, que é possível encontra de tudo um pouco, e muito conhecida por todos, desde as donas de casa até Marie Rucki - diretora do Stúdio Berçot - pois quando esteve no Brasil, ministrando curso em São Paulo, levou seus alunos para lá. A Galeria Pagé pode ser encontrada na Barão de Duprat ou na Affonso Kherlakian. É um mundo de eletroeletronicos, roupas, acessórios, artigos de informática, etc. Preços são super acessíveis a todos os níveis da população. Lá vendem desde uma cópia de uma calça "Dolce Alabama" até uma cópia muito bem feita da mesma. Mp4, máquinas digitais, roupas, tênis, bolsas, óculos são os artigos mais procurados pelos consumidores. Esse é um panorama principal da rua. Além das lojas e galerias, há também os camelôs. Este é um capítulo a parte. Para conhecê-los, somente indo lá você mesmo. Mas leve apenas o necessário, de prefêrencia em bolsa pequena, transpassada, pois há furtos frequentes na rua. Tirando esse contratempo e o fato da rua estar sempre lotada, e todas as suas vertentes, eu recomendo a visita. Boa sorte e boas compras!

Cyndi Lauper





Cyntia Ann Stephanie Lauper nasceu no dia 22 de junho de 1953, em Nova York. Cyndi começou a tocar violão aos 12 anos, quando também escreveu a primeira música, chamada “Greensleeves”. As experiências profissionais na área musical chegaram em 1977, com a participação em bandas cover, cantando Led Zeppelin, Bad Company e Jefferson Airplane, entre muitos outros. Naquele ano, Cyndi teve problemas com suas cordas vocais pelo excesso de uso da voz, o que a deixou afastada dos palcos por um tempo.Após uma terapia para a voz, a cantora criou uma banda, a Blue Angel, ao lado de John Turi, um multi-instrumentista. Em 1980, lançou o primeiro disco, homônimo, que serviu para colocá-la de vez no mercado fonográfico. Três anos se passaram e Cyndi pôde comemorar o contrato para sua carreira solo com a Portrait Records. O álbum de estréia, “She’s So Unusual”, vendeu cerca de 4,5 milhões de cópias nos Estados Unidos.Quatro canções entraram para o Top 5: “Girls Just Want To Have Fun”, “Time After Time”, “All Through The Night” e “She Bop”. Ainda em 1983, Cyndi recebeu diversos prêmios, entre eles o de melhor revelação do Grammy, um resultado incrível para o primeiro disco. O ano seguinte foi bem puxado, ela trabalhou sem parar e esteve em 150 cidades, chegando à marca de 300 shows. Uma curiosidade sobre o material é que as camisetas vendidas com o nome de Cyndi foram desenhadas por ela mesma.Em 1985, Cyndi Lauper voltou às paradas musicais com “The Goonies ‘R’ Good Enough”, canção tema do filme “The Goonies”. Ela ainda esteve no USA for África, em que vários artistas gravaram um disco com a música “We Are The World” para ajudar no problema da fome no continente. No ano seguinte, saiu o segundo disco solo, “True Colors”, pela gravadora Sony, com co-produção da cantora. A música título recebeu, ainda, uma indicação ao Grammy. Entre as participações do disco, estavam: Billy Joel, Nile Rodgers, Rick Derringer e Aimme Mann. Após um bom tempo divulgando o novo trabalho, Cyndi participou de um projeto político na União Soviética com outros grupos para gravar “Music Speaks Lauder Than Words”, com a canção “Cold Sky”.A popularidade de Cyndi era incrível e logo veio a estréia no cinema, no filme “Vibes”, com Jeff Goldblum, que foi malhado pela crítica em 1988. Mas no ano seguinte, ela estava de volta com o novo álbum, “A Night To Remember”. O sucesso dela não havia mudado: canções nas paradas musicais, turnês esgotadas e prêmios para músicas e clipes. Alguns meses depois, ela voltou ao set de filmagens em “Fora de Controle”. Mas desta vez foi especial, pois foi lá que conheceu David Thornton, com quem se casou em 1991.No mesmo ano do casamento, Cyndi lançou “Hat Full Of Stars”, que tornou-se o disco mais elogiado de sua carreira. A revista Rolling Stones e os jornais The New York Times e The Los Angeles Times não pouparam elogios.Em 1994, mais um novo projeto para Cyndi: a estréia em Sitcom. Ela foi a convidada da série “Mad About You”, uma das comédias de maior sucesso nos Estados Unidos e chegou a ser indicada a um prêmio pela participação no Emmy. Apenas um ano depois, ela repetiu a dose participando novamente da série e, desta vez, levou o prêmio Emmy.Em 1996, Cyndi lançou o disco “Sisters of Avalon”, no Japão, que só chegou ao resto do mundo no ano seguinte. Ela co-escreveu todas as 13 canções, 11 delas com o seu tecladista, Jan Pulsford. Em abril de 1997, um pouco antes de entrar em turnê nos Estados Unidos como convidada de Tina Turner, Cyndi anunciou que estava grávida. Em novembro, nasceu o filho, Declyn Wallace.Em 1998, Cyndi foi convidada a estrelar sua própria série, mas ela nunca foi lançada. No final do ano, lançou um álbum de músicas natalinas e terminou seu contrato com a Sony. O ano seguinte também foi fraco, ela esteve em dois episódios de “Mad About You” e participou da turnê de Cher. A procura por uma nova gravadora continuava e nos dois anos seguintes, ela apenas lançou um filme independente chamado “Os Oportunistas”. O novo álbum só foi gravado em 2001, “Shine”, pelo selo Edel, mas nunca chegou às lojas, por desistência do próprio selo e os fãs tiveram acesso ao trabalho apenas pela Internet.Em 2003 saiu “At Last”, pela Epic (Sony), que conta com várias regravações dos sucessos de Cyndi, entre outras versões. Foi o empurrão necessário para colocá-la novamente em evidência, ela esteve em vários programas de TV e iniciou uma turnê mundial em 2004. Uma surpresa para os fãs japoneses é que, em abril do mesmo ano, “Shine” foi lançado depois de três anos de espera. Ainda em 2004 chegou às lojas o DVD “Live...At Last”, trazendo uma apresentação ao vivo de Cindy Lauper no Town Hall, em Nova York, no dia 11 de março de 2004. Em 2005 a cantora anunciou o lançamento do disco ”The Body Acoustic”, reunindo grandes sucessos de sua carreira em versão desplugada, além de duas faixas inéditas. O disco contou ainda com as participações de nomes como Sarah McLachlan, Jeff Beck, Shaggy e Kelly Osbourne.










Cyndi Lauper e a moda




A década é de 80. O nome é Cyndi Lauper. Quem não se lembra das calças baggy ou semi-baggy? Ou do batom 24hrs? Ombreiras, cores ácidas, o culto ao corpo, leggings, polainas, Walkman da Sony amarelo, Rock in Rio, Lolo (que se tornou Milkybar), Top Gun, Genius, tule no cabelo, faixas na testa, Miami Vice, Michael Jackson, The Cure, Billy Idol, Madonna, Menudos, e Cyndi Lauper? Discrição nunca foi um ponto muito forte dela, mesmo porque a década lhe proporcionava esse poder. Seu cabelo era muito colorido, seus hits estavam em todas as paradas.Os anos 80 serão eternamente lembrados como uma década onde o exagero e a ostentação foram marcas registradas. Os seriados de televisão, como Dallas, mostravam mulheres glamourosas, cobertas com jóias e por todo o luxo que o dinheiro podia pagar. Os yuppies, executivos jovens sedentos por poder e status, também eram outro movimento.A moda apressou-se por responder a esses desejos, criando um estilo nada simplório. Num afã em ostentar, todas as roupas de marcas conhecidas tinham seus logos estampados no maior tamanho possível, com preços proporcionais. O jeans alcança seu ápice, ganhando status. E os shoppings tornaran-se paraíso dos consumistas.Mas, não bastava ser bem-sucedido e bem-vestido. Nessa década, ter um corpo bonito e saudável era essencial para o sucesso. Assim, numa continuidade pelo amor aos esportes inaugurado na década anterior, explodiram academias por todos os cantos, onde os freqüentadores iam com suas polainas e collants para as aulas de aeróbica, movidas por músicas dançantes e ritmadas, com temática comum: ginástica, poder, sucesso.Influenciando as roupas, o espírito esportivo levou o moletom e a calça fuseaux para fora das academias e consagrou o tênis como calçado para toda hora. Este último também fez ressurgir a moda de calçados baixos, como os mocassins, tanto multicoloridos como clássico.O look "molhado", conseguido com gel e mousse para cabelos, fez a cabeça de homens e mulheres, ao lado das permanentes fartas e topetes tão altos quanto se conseguisse deixá-los.A cartela de cores era vibrante, prezando por tons fortes e fluorescentes, com jogos de tons e contrastes.A modelagem era ampla. As mulheres, que nesse momento ingressaram maciçamente no mercado de trabalho à procura por cargos de chefia, adotaram o visual masculino. Cintura alta e ombros marcados por ombreiras era a silhoueta de toda a década, ao lado de pregas e drapeados para a noite ou dia. A moda masculina seguiu o mesmo estilo, com ternos folgados e calças largas. Para os acessórios, tamanho era sinônimo de atualidade.A música se consagrou como formadora de opinião e estilo, levando ao estrelato cantoras como Madonna, que influenciou a sociedade com seu estilo livre e despudorado. O Punk, New Age e Break também merecem destaque.Em um universo tecnológico (o Atari surgiu nessa época), a moda também inspirou-se no Japão, emergente com suas novidades, e em tudo o que fosse eletrônico... neons, computadores, automáticos....Mas Cyndi Lauper manteve sempre seu senso de pudor, e influenciou garotas em todo o mundo com seu jeito irreverente, seu cabelo que mudava periodicamente (as vezes com apenas um lado da cabeça raspada), suas roupas esvoaçantes e exageradas com cores variadas. Mas não foi foi só nessa época que ela encanta. Até hoje é possível encontrar "Minis-Cyndi" (e é claro eu me encontro entre elas!). Seu show no Brasil está marcado para o fim desse ano. E é óbvio que eu vou. Será o show da minha vida, definitivamente. Daí já posso então até morrer feliz...Afinal, Girls Just Wanna Have Fun!

As Pin Ups de Vargas


No final do século 19, o teatro de revista vivia o seu auge e transformou dançarinas em estrelas, fotografadas para revistas, anúncios, cartões e maços de cigarros, mas foi somente na década de 40 que começaram a dominar não apenas a imaginação dos homens, mas também as portas dos armários e as paredes dos quartos de milhares de admiradores dessa nova onda de "sexualidade permitida". Foi justamente esta a origem do nome pin-up: o ato de pendurar as ilustrações em algum lugar. Na Segunda Guerra Mundial eram carinhosamente chamadas de "a arma secreta", usadas para acalmar os anseios dos pracinhas nas frentes de batalha. Numa época em que mostrar as pernas era atitude subversiva, fotografias de mulheres nuas poderiam significar atentado ao pudor. O jeito de satisfazer a solidão dos soldados e a curiosidade dos adolescentes era fabricar modelos de lápis e tinta, que reproduziam o padrão de beleza considerado ideal: seios fartos, pernas grossas, cinturinha de pilão. Acabaram se tornando uma espécie de troféu pela guerra vencida. Depois, com os avanços do cinema o termo pin-up acabaria se difundindo e transformando, passo a passo o que viria a ser em nossos dias, a grande indústria do sexo. Desenhadas ou fotografadas, as garotas invadiram o planeta com suas poses sensuais porém, sem vulgaridade. Com formas generosas, elas não enfrentavam as pressões da magreza nem a conseqüente anorexia. Elegantes, elas ocupavam seus espaços numa linha entre o ingênuo e o diabólico, trajando duas peças, meias-calça e corpetes com decotes enormes. O conceito clássico de uma pin-up é ser sexy e ao mesmo tempo inocente, estar vestida, mas em alguma posição ou situação que revele sensualmente partes do corpo, sem querer, por acaso. Só isso já era suficiente para alimentar a fantasia masculina. Uma verdadeira pin-up jamais pode ser vulgar ou oferecida, pode somente ser convidativa. Nos anos 70, com a banalização do nu em revistas e filmes pornográficos, as meninas de papel perderam força. Foram substituídas por mulheres de carne e osso. Mas desde o final da década de 90, as pin-ups voltaram a mexer com a libido masculina por resgatarem um importante elemento do fetiche: o mistério. Musas de várias gerações, as pin-ups ainda hoje são cultuadas por adoradores do estilo além, é claro, de serem muitas vezes imitadas afinal, são sempre uma ótima referência no mundo da moda, no cinema, nos traços, nos trejeitos e em tudo que diz respeito à sensualidade A musa loura ( Marylin Monroe) perdia em popularidade para a ruiva Rita Hayworth, a número dois na lista da preferência dos soldados da Segunda Guerra. Uma foto da eterna Gilda vestida com camisola transparente foi transformada em desenho e invadiu os acampamentos. Nem Marilyn nem Hayworth, porém, conseguiram desbancar a lendária Betty Grable, a mulher que colocou suas pernas no seguro no valor de US$ 1 milhão. Ela foi a pin-up mais famosa da história posando de maiô com um sorriso convidativo, transformou-se na amante imaginária predileta dos soldados. Betty também foi atriz e chegou a protagonizar, em 1944, um filme chamado Pin-up Girl, na qual interpretava uma dançarina. O sucesso dos cartões e calendários estimulou editores a lançar revistas especializadas, as chamadas girlie magazines. Publicações como Esquire, Yank, Wink, Beauty Parade, Whisper e Eyful exibiam pin-ups vestidas de coristas, marinheiras, enfermeiras e outros uniformes-fetiches, sejam desenhadas ou fotografadas. Embora as mais célebres sejam as garotas de papel, alguns fotógrafos dispensavam os retoques da pintura e publicavam suas pin-ups em carne e osso.



Vargas. Esse nome atualmente (ok, sobrenome) é sinônimo de desenhos fantásticos - as famosas pin-ups que tanto incentivaram diversos ilustradores e publicitários do século XX.Alberto Vargas, o peruano mestre da aerografia, foi um dos maiores ilustradores de figuras femininas da história da arte e hoje é referência obrigatória para quem pretende seguir seus passos. Além de ilustrar diversas revistas (Playboy, Esquire, entre outras) as "garotas de Vargas" como ficaram conhecidas, decoraram vários aviões de combate durante a Segunda Guerra Mundial. Era muito comum as tripulações adotarem e batizarem uma pin-up para ilustrar seu caça ou bombardeiro.Hoje resolvi prestar essa singela homenagem à Vargas, este artista que tanto influenciou legiões de ilustradores publicitários nos anos 40, 50 e 60.

Baby Art - Trevor Brown


Eu gosto de Baby Art, e especialmente do Trevor Brown. Esses desenhos pertencem a ele...Não concordo com a pedofilia, mas a maneira com que ele a aborda é tão chocante que chega a doer, ao imaginar que alguém possa cometer tal crueldade. Mas acho que o que mais me chama a atenção nos desenhos dele é a riqueza de detalhes. Trevor Brown, gênio e problemático que nasceu na Inglaterra, frequentou a escola e a escola de artes - trabalhou em estúdios de design - trabalhou em diversas agências. Em sua arte, maioria digital, retrata um mundo de possobilidades, abordando temas dos mais variados como a Sadomasia, observados em "bonecas bebês japonesas" que dão um aspecto e nuances semelhantes a de uma criança, abordando o polêmico assunto da pedofilia, dentre outros mais inquietantes e revoltantes.

A irreverência de Paulo Bruscky


Fui ao MAC no dia 14 de Março, achando que seria mais uma daquelas exposições chatas obrigatórias. O que me ocorreu foi totalmente o contrário. Paulo Bruscky é um artista fantástico e eu simplesmente pirei na sua obra. Quando me dei conta a exposição tinha fechado e os seguranças estavam nos colocando para fora... Idéias que antecedem a obra de arte, jogos de linguagem e ironia. É isso que o público pode ver na exposição Ars Brevis. Trata-se da primeira mostra individual do artista pernambucano Paulo Bruscky, um dos pioneiros da arte conceitual no país. O nome da exposição deriva da efemeridade e da duração das obras, indo de encontro com um tema recorrente na produção do artista: o cotidiano. Os objetos do dia-a-dia são subvertidos de seu uso comum. O ferro de passar vira instrumento para criação da ferrogravura e o aparelho de fax se torna uma fotocomposição, onde é possível ler: “assim se fax arte”. As obras de Bruscky jogam com a interação entre o verbal e o visual, constituindo jogos de linguagem. Os livros compõem boa parte do acervo; mas não se tratam de livros comuns. Há o “Livro de Ar tista”, que é um tijolo de vidro, e o “Livro de pinturas”, onde as páginas estão no lugar dos pelos de um pincel. Um dos jogos de linguagem está na obra com o seguinte título: “Exposição de uma pessoa vestida sendo vista por uma pessoa nua sendo vista por várias pessoas vestidas numa exposição de nus”, de 1976. A produção do significado da obra de arte só se completa na mente do observador, que desempenha papel importante nessa construção de sentido, pois depende da observação do trabalho e da leitura de seu título. Essa dualidade entre o verbal e o visual também revela um lado irônico e bem humorado, como na obra “Quadro a óleo”, onde não se vê uma pintura feita com tinta de mesmo nome, mas latas de óleo de cozinha coladas na tela. A interação dos trabalhos de Bruscky não ocorre somente entre a obra e quem irá vê-la, mas também entre o artista e seu modo de produzir. Essa relação artista-máquina está no xerofilme, técnica criada pelo pernambucano, e que se trata da filmagem das fotocópias resultantes de sua interação com o aparelho. A relação artista-obra existe também para que se deixe claro que há um “eu” criador por trás de cada trabalho. Bruscky não quer se apagar no processo de construção do significado, já que na arte conceitual a idéia, o planejamento e as decisões possuem papel preponderante. Nas palavras de Sol LeWitt, artista conceitual americano, “a idéia torna-se uma máquina que faz arte”, e para que a idéia exista é necessário uma mente criadora. Exemplos disso é a obra “Registros”, de 1979, que mostra a atividade cerebral de Bruscky ao ouvir sons graves e agudos, e “Autum Raduum Retratum”, onde a caixa-craniana do artista é conseguida a partir de um aparelho de raio-x.




27 de maio de 2008

MIsfits

O dia era propício. O show ia rolar e isso era fato. Maquinária Rock Fest, que aconteceu no Espaços das Américas, no dia 17 de Maio de 2008, um monte de bandas de rock reunidas. Mas fila não estava tão grande assim, sorte minha! Eu ía assistir definitivamente. Misfits... Tanto tempo esperei pra ver e finalmente o que me separava deles eram algumas horas. Para minha surpresa o show começou 2 horas após eu entrar no galpão. Que por sinal, era outro lugar que estava muito quente. Não foi apenas uma exclusividade do New York Dolls, mas dessa vez os banheiros eram limpos. Em compensação os preços eram absurdos. R$4,00 uma garrafa d'água!! Prefiri tomar cerveja, afinal era o mesmo preço. A toque de caixa. Foi assim que o Misfits conduziu sua apresentação no Maquinaria Rock Fest. Mas antes de falar sobre o show, tenho que comentar a indelicadeza, e porque não estupidez da banda internacional. Mal tinha acabado de começar o show da banda Motorocker, umas 4 músicas depois, entra o Misfits para passar o som no palco. Não demorou que os fãs vizualizassem e começaram a correr para o outro palco. Na minha opinião uma falta de respeito. O vocalista do Motorocker, já sem graça ainda tentou continuar cantando em meio as vaias vindas da galera. Acho que o brasileiro deveria começar a dar valor à boa música, ainda mais se ela for nacional. Nós temos esse péssimo hábito de adorar tudo que é de fora e menosprezar o que é nosso. Eu tenho que confessar: eu fui exclusivamente para ver Misfits sim, mas ao ver a cara dos integrantes zombando da banda brasileira, foi péssimo. Eles simplismente acabaram com o outro show... Mas voltando ao assunto. Parei na hora em que falava que foi a toque de caixa que o Misfits se apresentou. Com músicas naturalmente curtas, que duram entre um e dois minutos, a banda de punk rock fez sem dúvida o show com mais canções tocadas em todo o evento. Muitos fãs com camisetas do grupo circulavam pelo Espaço das Américas e se surpreenderam com a chegada do Misfits, que subiu ao palco principal às 19h30 - muitos comentavam que esperavam assistir a banda mais no final do evento. Mesmo assim, a matinê comandada pelo baixista Jerry Only atraiu uma multidão ao tocar clássicos da era Danzig como "Die Die May Darling" e "Skulls", que foram cantadas por grande parte da platéia e também encerraram a apresentação. E foi assim que começou e assim que terminou. A impressão era que quanto mais rápido começassem, mais rápido terminariam. Eu sou fã da banda, mas não saí de lá satisfeita com o que vi. É uma pena.



The Misfits é uma banda de punk rock formada por Glenn Danzig em 1977 na cidade de Lodi, Nova Jérsei. Foram os criadores do horror punk, um sub gênero do punk rock, e exerceram influência em diversas outras bandas de rock em geral. O nome da banda foi tirado do último filme da atriz Marilyn Monroe, The Misfits.Seus integrantes originais eram Glenn Danzig nos vocais e teclado (que mais tarde fundaria uma banda com seu próprio nome), Jerry Only no baixo e Manny Martínez na bateria, entrando mais tarde Doyle na guitarra, o irmão caçula de Jerry Only.Segundo alguns, Glenn Dazig era grande fã de Elvis Presley e o visual que eles usavam seria a versão zumbi de Elvis com os topetes caídos maquilagens brancas e esqueléticas, cujo nome era "devilock".Apesar de ser uma banda pesada para a época, originalmente não dispunham de guitarrista. O grupo sempre foi polêmico: antes de um concerto, o vocalista Glenn Danzig e Henry Rollins (na época vocalista do Black Flag) agrediram os integrantes do Mötley Crüe, banda com o qual não tinham afinidade.Outras características dos The Misfits são criar canções violentas e românticas ao mesmo tempo e satirizar discos antigos ou discos de histórias infantis. Sempre seus vinis eram coloridos impressos em 7 ou 12 polegadas.Durante os anos de sua formação mais clássica, a banda não saiu do underground de Nova Iorque. Não venderam muitos discos, não lotaram arenas, não tiveram repercussão na grande imprensa musical e não impressionaram praticamente ninguém com seus músicos apenas medianos e letras baseadas em filmes de terror classe B (entre outras canções, gravaram "Night Of The Living Dead", "Brain Eaters", "Vampira", "Mommy Can I Go Out and Kill Tonight", "I Turned Into a Martian" e "Halloween"). Praticamente não chegaram a ser profissionais (todos possuíam empregos paralelos à banda).O Misfits encerrou suas atividades em 1983, quando Glenn Danzig resolveu seguir carreira solo. Em 1995, em virtude da repercussão da carreira solo de Danzig e dos covers de suas canções gravadas por Metallica e Guns N' Roses ("Last Caress" e "Attitude" respectivamente) a banda voltou à ativa. Cultuada pelos fãs e vendendo mais discos do que nunca, apesar de manter o mesmo direcionamento musical, a banda, apesar de constantes mudanças de formação, continuou se apresentando e gravando nos anos seguintes. É uma banda que lançou moda ao usar as franjas para frente e suas irreverentes maquiagens de caveira que continuam a conquistar fãs pelo mundo inteiro.

Pop Art


É engraçado como eu tenho perdido o sono nos últimos tempos com um movimento que começou aproximadamente na década de 20, com Adorno e Horkheimer. Eles usaram primeiramente um termo denominado "indústria cultural". Nesse primeiro momento os mercados começam a se expandir, mas é na década de 50, que o pós-guerra traz uma consciência crescente de que esse mundo já seria diferente do desenvolvimento da arte moderna, com o termo já determinado como é hoje, Pop Art, que veio se tornar o tema do meu grupo no Projeto Interdisciplinar III. O comportamento dos próprios artistas em relação à arte, nos dá uma idéia do viria a ser a Pop Art, uma vez que eles consideravam que ser bom nos negócios era a mais facisnante das artes, bem como trabalhar e ganhar dinheiro. A arte começa então a ser uma boa transação mercantil, rentável e é nesse contexto que começa a se desenvolver o amplo consumismo, com produtos cada vez mais mecanizados e em escalas também cada vez mais abundantes. Com isso, deu-se origem a desenhos com cores fortes, produtos da massa, unindo a publicidade à arte. Eram produtos do cotidiano, como mesas de piquenique, calças masculinas, cortinas de chuveiro, frigorificos, garrafas de coca-cola, e ainda artistas fossem eles do cinema ou música. É nessa parte que Andy Warhol (que é o artista escolhido pelo meu grupo) usa as latas de sopa “Campbell´s”, com a ajuda da seriografia, e anúncios da Coca-Cola, que viraram verdadeiros mitos. Mas mito mesmo eram os artistas transformados em “arte”, como Marilyn Monroe e Elvis Presley por exemplo, numa sequência quase imutável, que transmitia com isso a impessoalidade dos objetos em massa para o consumo, e deixava transparecer a sua impressão das personalidades como vazias, impessoais e sem conteúdo paupável. Tudo girava às críticas fossem elas da cultura de massa, consumismo exacerbado, política, personalidades, economia ou alienação.


.A Pop Art propriamente dita


A Pop Art tinha por convicção e objetivo maldizer uma sociedade que começava a reerguer celebrando o pós-guerra (e apoiando suas raízes) em um consumismo tipicamente capitalista. O movimento começa a crescer e tomar proporções desmedidas até atingir a quadrinhos, publicidade e cinema, usando de artifícios muito pouco ou nunca usados antes como tinta acrílica, poliéster, látex, gesso, unificado a cores fluorescentes, brilhantes e chamativas, operando com signos estéticos e objetos do dia-a-dia: sopas, notas de dóllar, mesas de piquenique, calças masculinas, frigoríficos, garrafas de coca-cola. Tudo isso aliada à sagacidade da serigrafia. Era uma maneira de ironizar o “American way life”. Com essa base da publicidade, e trabalhando com tamanhos hiper-reais, a Pop Art conseguiu fazer o brega virar moda, até que a arte começou a abranger mais a população, dando espaço para o povo ter um contato maior com movimentos artísticos. Sendo assim, poderíamos considerar a Pop Art, o movimento de uma geração, uma cultura marcante de uma década, um estilo de vida ou um jogo de palavras?? Ainda é possível encontrar tantos artistas bons, que retratam a Pop Art com o mesmo gosto e ideal. Em meio a tantos artistas emergentes da época, como Roy Lichtenstein, Robert Rauschenberg e Peter Blake, optamos por Andy Warhol, que trazia em suas obras críticas pesadas à sociedade, à televisão, aos artistas da época, e à cultura de massa. Em meados da década de 60 os artistas, defendem uma moderna, irreal, que se comunique diretamente comunique diretamente com o público por meio de signos e símbolos retirados do imaginário que cerca a cultura de massa e vida cotidiana. A defesa do popular traduz uma atitude artística adversa ao hermetismo da arte moderna. Nesse sentido, esse movimento, que é considerado chato, se coloca na cena artística como um dos movimentos que recusa a separação arte/vida. E o faz pela incorporação das histórias em quadrinhos, da publicidade, das imagens televisivas e do cinema. Assim, surge o Pop Art na Inglaterra, através de um grupo de artistas intitulados Independent Group. A primeira obra considerada pop é “O que exatamente torna os lares hoje tão diferentes, tão atraentes?”, de Richard Hamilton. Os artistas e críticos integrantes do Independent Group lançam em primeira mão as bases da nova forma de expressão artística, que se beneficia das mudanças tecnológicas e da ampla gama de possibilidades colocada pela visualidade moderna, que está no mundo – ruas e casas – e não apenas em museus e galerias. Eduardo Luigi Paolozzi, Richard Smith e Peter Blake são alguns dos principais nomes do grupo britânico. É possível observar nas obras Pop britânicas um certo deslumbramento pelo american way of life através da mitificação da cultura estadunidense. É preciso levar em consideração que a Inglaterra passava por um período pós-guerra, se reerguendo e vislumbrando a prosperidade econômica norte-americana. Desta forma, todas as obras dos artistas pop britânicos aceitaram a cultura industrial e assimilaram aspectos dela em sua arte de forma eclética e universal. Ao contrario do que se sucedeu na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos os artistas trabalham isoladamente até 1963, quando duas exposições reúnem obras que se beneficiam do material publicitário e da mídia. É nesse momento que os nomes de Andy Warhol, Roy Lichtenstein, Claes Oldenburg, James Rosenquist e Tom Wesselmann surgem como principais representantes da art pop em solo norte-americano. Sem estilo comum, programas ou manifestos, os trabalhos desses artistas se afinam pelas temáticas abordadas, pelo desenho simplificado e pelas cores saturadas. A nova atenção concedida aos objetos comuns e à vida cotidiana encontra seus precursores na antiarte dos dadaístas. Os artistas norte-americanos tomam ainda como referência uma certa tradição figurativa local – as colagens tridimensionais de Robert Rauschenberg e as imagens planas e emblemáticas de Jasper Johns – que abre a arte para a utilização de imagens e objetos inscritos no cotidiano. No trato desse repertório plástico específico não se observa a carga subjetiva e o gesto lírico-dramático, característicos do expressionismo abstrato – que aliás, a arte pop comenta de forma paródica em trabalhos como Pincela de Roy Lichtenstein. No interior do grupo noirte-americano, o nome de T. Wesselmann liga-se à naturezas-mortas compostas com produtos comerciais, o de Lichtenstein aos quadrinhos e o de C. Oldenburg, mais diretamente às esculturas. Como muitos outros artistas, Andy Warhol criou obras em cima de mitos. Mas ele foi muito além disso: ele relamente criou mitos. Como o exemplo de que Warhol talvez tenha contribuído mais para o mito de Marylin Monroe do que Hollywood e as revistas populares juntos. Ao retratar ídolos da música popular e do cinema, como Elvis Presley, Liz Taylor, Marlon Brando e, sua favorita, Marylin Monroe. Warhol mostrava o quanto personalidades públicas sao figuras impessoais e vazias; mostrava isso associando a técnica com que reproduzia estes retratos, numa produção mecânica ao invés do trabalho manual. Da mesma forma, utilizou a técnica da serigrafia para representar a impessoalidade do objeto produzido em massa para o consumo, como as garrafas de Coca-Cola e as latas de Sopa Campbell´s. Não se pode afirmar que a obra de Warhol foi eminentemente superficial ou esnobe, o que se comprova pelos seus quadros de desastres de ambulância, ou das cadeiras elétricas e os retratos de judeus famosos. Também foi muito importante seu trabalho como diretor de cinema, com obras filmadas totalmente diferentes e fora dos padrões da filmografia tradicional (ausência de roteiro, câmera imóvel, tentar mostrar uma “realidade mais do que real”). Mas foi nas suas obras de celebridades e objetos de consumo da massa que o extremo da concepção de uma “Arte Pop” é representado. E é especificamente nas obras de Marylin Monroe que uma das faces mais fortes da psique de Andy Warhol se revela. Apesar de ser fã de celebridades e de entender o caráter transitório da fama, o seu interesse estava no público e na sua devoção a uma figura como símbolo cultural da época, uma figura criada pela imprensa. Foi a publicidade que retirou Marilyn da condição de indivíduo e a colocou como um simples símbolo sexual, um objeto imagético. É o estilo neutro e documental de Warhol que reproduz a impessoalidade e o isolamento que caracterizam essa fama. O desinteresse fotográfico num sorriso forçado, estereotipado, as cores vibrantes que a tornam numa caricatura, uma artificialidade assumida. Warhol secularizou o ídolo de Marilyn Monroe ao repetir constantemente seus retratos ou ao isolar o sorriso, ligando o mito da estrela aos métodos usados pelo mass media para fazer uma estrela, com variações e seqüências sucessivas, tal como num produto industrial. E Warhol não pretendeu criticar a postura de adoração do público diante de seus ídolos, tampouco a máquina de publicidade responsável pela criação dos mesmos; ele apenas devolveu para eles a sua forma de criação de um artigo de consumo. Mas ele fez mais que criar mitos através de ícones nas suas telas; ele criou o seu próprio mito. Escreveu duas autobiografias, tinha um programa na MTV relacionado com a sua frase que já era célebre ("... 15 minutos de fama"), possuía sósias que se faziam passar por ele durante conferências e acontecimentos sociais, colaborava com vários artistas, abriu seu próprio escritório de negócios artísticos (Factory), influenciou o trabalho da banda Velvet Underground, recebeu um tiro de uma líder de um movimento femista, foi um dos pioneiros a repensar a arte comercial como integrante do círculo das ”belas-artes", apresentou também uma nova concepção estética no cinema, disse que não desenharia mais e só filmaria, e então voltou para sua concepção de pinturas iniciais quando ninguém esperava. É o artista pop por excelência, pois é o único artista que possui todas as características deste movimento, e isto não se restringe apenas às suas obras: pois o próprio Warhol simboliza na perfeição esse "american way of life", a realização do sonho americano.